Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
O mundo está passando por grandes transformações. Os velhos remédios não surtem mais o efeito esperado, o que desorienta os especialistas e a população em geral.
No mundo e no Brasil, vivemos uma fase de inquietação quanto ao futuro. Indispensável que haja conscientização e serenidade, pois em épocas de crise há uma tendência para o radicalismo decorrente do medo e do pânico, cujos efeitos podem ser o oposto do desejado. Falta lucidez nos cérebros estressados e muitas vezes coragem para fazer o que é certo. Nem mesmo os organismos e os profundos conhecedores da economia conseguiram, até agora, desenvolver um plano que produza o crescimento harmônico e estável a tantos países afundados em dívidas crescentes e com a economia estagnada.
Precisamos de um projeto que promova o aumento da qualidade humana para alcançarmos desenvolvimento econômico de qualidade em paz. O planeta Terra foi estruturado para que surgissem as necessárias condições para a vida humana. No entanto, ao longo dos séculos, o homem, com o seu livre arbítrio, passou a fazer escolhas e a tomar decisões as quais acabaram transformando o mundo em um lugar perigoso. A natureza tudo nos oferece, mas homens cobiçosos foram se postando à frente, segurando tudo para si, pouco se importando se com isso espalhassem miséria pelo mundo.
Está ocorrendo mudança para pior no Brasil com redução das atitudes amistosas. Mais pessoas descontentes com a vida e que não se esforçam pela melhora; presas fáceis do noticiário pessimista e dos filmes que mostram a catástrofe da humanidade sem coração.
O fracasso do Brasil se deve aos políticos cuja prioridade é se manterem no poder a qualquer custo, sugando os recursos do erário. Externamente houve uma significativa mudança na produção industrial ao estilo “capitalismo de estado” que estabelece novas condições competitivas que no capitalismo tradicional não dá para acompanhar apesar de toda a precarização ocorrida. É preciso um novo consenso da humanidade buscando o equilíbrio entre os povos.
A vida seria bem melhor se os seres humanos não tivessem seguido a rota do materialismo que vai levando tudo para a beira do abismo. Diante do cenário confuso do planeta, com crise social, econômica e ambiental, dizem os entendidos que uma grande ruptura global não está distante, mas quando eclodirá ninguém sabe.
Não podemos esquecer que tudo isso tem a ver com a educação. Não se trata só de diploma, de saber ler e escrever, mas de ter lucidez no raciocínio, clareza no pensar, bom senso, objetivos definidos. Isso não tem recebido a devida atenção. A boa educação começa em casa. Assim se faz um país.
Na primeira infância se formam as bases; descuidando disso, no futuro, fica tudo bem mais difícil. Os pais são os responsáveis para cuidar dos filhos, mas se eles não conseguem ou não estão aptos para isso, o governo tem de implantar creches eficientes.
Há muitas coisas que poderiam ser feitas para a melhora geral. São inegáveis os estragos que a poluição já causou ao planeta Terra. Há questões que permanecem descuidadas como a derrubada de florestas, a mineração, a falta de esgoto, a poluição dos rios que deságuam nos mares. Falta vontade para resolver o problema do esgoto e saneamento, que vai se agravando dia a dia com o aumento de lixo e dejetos.
É preciso fazer um estudo, encontrar formas baratas e viáveis e exigir a implantação do saneamento, além de preservar os mananciais. Outra coisa simples: programar o plantio de árvores nas áreas degradadas das cidades e do interior. Por que não se aproveitam esses terrenos para o plantio de hortas? São pequenas coisas que modificam a paisagem e a qualidade de vida.
(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). Autor dos livros: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; O Homem Sábio e os Jovens; e A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade ([email protected]).