Everardo Maciel: pessoas físicas precisam estar melhor representadas no CarfConvidado pela CPI do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), com o objetivo de esclarecer questões relativas ao funcionamento do órgão, o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, criticou a falta de representantes dos contribuintes pessoas físicas no órgão, responsável por julgar recursos de empresas pela Receita Maciel foi secretário da Receita entre 1995 e 2002, durante o governo FHC. Ele citou “fatos preocupantes” em relação aos desdobramentos da Operação Zelotes. Um deles é a proposta de extinção do tribunal. “Isso não faz sentido”, disse o ex-secretário. A afirmação foi feita em meio à avaliação de que o atual modelo do Carf se esgotou, motivo pelo qual é necessária sua reformulação. Maciel defendeu o fim do sistema paritário, adotado para a formação do tribunal. Ele criticou o fato de que vagas destinadas a contribuintes têm sido preenchidas a partir de indicações feitas por pessoas jurídicas – principalmente entidades patronais, por meio de confederações empresariais que posteriormente não se responsabilizam pela consequência das indicações. “Quem representa a pessoa física? Não existe. E lá se discute coisas do interesse de pessoas físicas. Essa é uma herança fascista, uma coisa atrasada”, afirmou, acrescentando que o modelo do Carf esgotou-se. “E esse esgotamento deve servir de pretexto para uma reforma no processo administrativo-fiscal e na estrutura e composição dos órgãos julgadores”. Maciel defendeu que, em caso de dúvida na aplicação de infrações, a interpretação seja favorável ao contribuinte. Outra preocupação está relacionada à pressão que o caso colocou sobre os julgadores desse tribunal, “especialmente na hipótese de novos julgamentos”. Entre as propostas apresentadas por Maciel para a reestruturação do contencioso administrativo fiscal federal está a de que os julgamentos feitos na primeira instância sejam meramente uma revisão de questões fáticas para, na segunda instância, serem feitos por um tribunal administrativo de tributos federais – de forma autônoma à estrutura do Ministério da Fazenda – constituído por servidores públicos concursados, bacharéis em direito e com experiência em carga tributária (ABr). |
Inflação medida pela Fipe inicia junho em quedaO Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, iniciou junho com variação de 0,4%, taxa inferior à do fechamento de maio (0,57%). Dos sete grupos pesquisados, apenas o de habitação apresentou aumento no ritmo de correção, ao passar de uma alta de 0,51% para 0,54%. Em transportes, o índice manteve-se em queda de 0,51%, mas indicando um movimento de recuperação dos preços porque na apuração anterior havia recuado de forma mais expressiva ( -0,61%). Entre os grupos que mais contribuíram para a desaceleração do IPC está o de alimentação (de 0,73% para 0,26%). Em despesas pessoais, que tem pressionando bastante o bolso do consumidor, a taxa variou de 1,3% para 1,1%. No grupo saúde, o índice desacelerou de 1,53% para 1,07%; em vestuário, de 0,86% para 0,41%, e em educação, de 0,19% para 0,14% (ABr). | Jovens são mais afetados pelo desempregoNúmeros referentes ao mercado de trabalho, divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indicam que os jovens entre 14 anos e 24 anos constituem a população mais afetada pelo desemprego no país no primeiro trimestre deste ano. O desemprego nesse grupo, que era de 15,25% no quarto trimestre de 2014, subiu no acumulado de janeiro a março deste ano para 26,36%, segundo o Grupo de Conjuntura do Ipea (ABr). |