A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou ontem (18) pesquisa para mostrar que 65% dos brasileiros concordam com a idade mínima para aposentadoria. A pesquisa indicou também um crescimento no número de brasileiros que apoiam a reforma, com equiparação do tempo de contribuição para todos os brasileiros. Dos entrevistados, a pesquisa mostra que 75% preferem mudanças nas regras da aposentadoria para garantir a sustentabilidade do regime.
Chega a 65% o percentual dos que apoiam mudanças na idade mínima para aposentadoria por tempo de contribuição e 72% defendem a equiparação das regras para todos os trabalhadores. A pesquisa, realizada em parceria com o Ibope Inteligência, mostrou que está aumentando o apoio popular para que as aposentadorias ocorram em idades cada vez mais avançadas.
Para 60% dos entrevistados, não é justo que alguns grupos se aposentem seguindo regras diferenciadas, como idade menor ou menos tempo de contribuição. Outra dado da pesquisa revelou que a diferenciação entre profissionais do mesmo sexo também deve ser extinta. A CNI informou ainda que, para 40% dos entrevistados, o valor pago às pessoas que se aposentam mais cedo deve ser menor do que para as pessoas que se aposentam mais tarde. Em 2014, o percentual era de 29%. Outro dado da pesquisa indicou que 47% dos entrevistados acreditam que os brasileiros se aposentam mais tarde que os trabalhadores de países desenvolvidos, contra 26% que acreditam que é mais cedo ou com a mesma idade.
O chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flavio Castelo Branco, informou que a pesquisa destacou uma tendência, mas tem certas incoerências, pois a população não percebe o que regime diferenciado nas aposentadorias representa um custo para a sociedade. “A maioria concorda que a Previdência deve ser igual para todos, mas, de certo modo, ainda aceitam alguma diferenciação e isso impõe custos para a sociedade. É normal porque é uma questão bastante complexa”, acrescentou.
A indústria é um dos setores que defende que a reforma do sistema previdenciário, com a criação de uma idade mínima para aposentadorias por tempo de contribuição e de isonomia entre trabalhadores, é decisiva para equilibrar as contas públicas, uma vez que está havendo um envelhecimento da população.
Para a CNI, a aposentadoria precoce contribui para aumentar o rombo do sistema, que, somando o INSS com a previdência dos servidores públicos civis e militares da União, terá um déficit que deve chegar a R$ 200 bilhões em 2016, de acordo com informações do TCU. A CNI pede ainda desvinculação do valor dos benefícios previdenciários do salário mínimo e a diferenciação do piso dos benefícios previdenciários do piso dos benefícios assistenciais. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 143 municípios (ABr).
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