Após o Senado votar pela admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o banco Credit Suisse melhorou a previsão para a economia em 2016 e 2017, em nota enviada a clientes ontem (12).
Agora, as novas projeções são de retração de 3,8% neste ano e crescimento de 0,5% no ano que vem. Antes, as estimativas eram, respectivamente, de queda de 4,2% e recuo de 1%.
“O nosso cenário para o quadro político embute uma atuação conjunta dos três poderes. Assumimos que, antes de encaminhar os projetos e as propostas para o Congresso, o presidente (interino) Michel Temer adotará um rito de apresentação dessas medidas para os presidentes do Senado e da Câmara de Deputados e, em seguida, para os líderes dos partidos políticos da base do governo”, diz a nota.
Para os analistas do banco, a articulação política será determinante para reversão da recessão. Eles afirmam que a mudança do cenário adverso requer aprovação de medidas no Congresso nas áreas da Previdência Social, do mercado de trabalho e do sistema tributário, atuações para elevar a produtividade da economia e ações emergenciais para reduzir o déficit primário no curto prazo, englobando corte de gastos, redução das renúncias tributárias e alta de tributos.
A previsão para a taxa de câmbio no fim deste ano, que era de R$ 4,30, caiu para R$ 3,60. “Revisamos nossa projeção de taxa de câmbio em função de perspectivas mais favoráveis para a economia no médio prazo, decorrentes da expectativa de aprovação de reformas relevantes para o ajuste fiscal, o que tende a aumentar o influxo de investimento estrangeiro”, explicam os analistas. Para 2017, no entanto, a tendência é depreciação da moeda, a R$ 4,00 no fim do ano, “a depreciação cambial em 2017 está associada à expectativa de retomada do ciclo de aperto monetário nos EUA” (AE).