136 views 13 mins

Geral 13/04/2016

em Geral
terça-feira, 12 de abril de 2016

Plásticos são os principais predadores dos oceanos, mostra relatório

Todos os dias, 8 milhões de toneladas de lixo acabam no oceano.

Sob a forma de garrafas, sacos ou tampas, os plásticos são os principais predadores dos oceanos, mostra a organização Surfrider em relatório divulgado ontem (12) sobre a poluição em cinco regiões da França e Espanha

Com a ajuda de centenas de voluntários, a ONG realizou em 2015 o primeiro censo de resíduos que poluem as praias, a orla costeira e os fundos marinhos, no âmbito de uma iniciativa que visa a recolher e analisar os dados na Europa.
“Todos os dias, 8 milhões de toneladas de lixo acabam no oceano. Oitenta por cento da poluição que afeta os nossos mares são de origem terrestre e resultam da atividade humana, com repercussões terríveis na biodiversidade e na globalidade do ambiente”, destaca o presidente da Surfrider Foundation Europe, Gilles Asenjo, em comunicado. O plástico constitui “mais de 80%” do lixo na maior parte dos cinco locais analisados, observa a organização.
Na praia de Burumendi, em Mutriku (Espanha), por exemplo, 96,6% dos resíduos são de plástico e de poliestireno, que representam 94,5% dos 10.884 resíduos recolhidos na praia de La Barre, em Anglet, nos Pireneus atlânticos. O plástico e o poliestireno também foram encontrados em massa na praia de Porsmilin, em Locmaria-Plouzané, em Finisterra (Espanha), com peso de 83,3% do total de 2.945 resíduos recolhidos no decorrer das quatro campanhas de levantamento de materiais. Na praia de Murguita em San Sebastian (Espanha), o plástico e o poliestireno representaram 61% dos materiais recolhidos, dos quais 18% são vidro.
O vidro predomina, aliás, na praia de Inpernupe, em Zumaia (Espanha), representando quase metade (47,9%), contra o peso de 29,1% do plásticos e poliestireno. Além dos materiais de plástico, os voluntários recolheram, nos diferentes locais, cordas, redes, cigarros, embalagens de alimentos, tampas, cápsulas, garrafas de vidro e até mesmo resíduos sanitários. Para cada local, a Surfrider fez uma lista dos principais resíduos recolhidos.
“Nesta altura, são as primeiras indicações que nos dão uma percepção geral das estatísticas europeias”, disse Asenjo, acrescentando que, da Grã-Bretanha ao País Basco, os resíduos plásticos são claramente os principais predadores do oceano”, porque “levam centenas de anos para desaparecer”, ao contrário de outros materiais como a madeira ou o cartão. “Quando eles não estão aos nossos pés na praia, são ingeridos pelos animais marinhos, que sufocam, para não falar das substâncias tóxicas que libertam e nas quais nos banhamos, e de sua possível integração na cadeia alimentar” (Ag. Lusa).

Carf investiga 2,1 milhões de transações bancárias

Empresário Alexandre Paes dos Santos.

Apesar de reivindicar o direito de permanecer em silêncio na CPI do Carf, respaldado por um habeas corpus, o empresário Alexandre Paes dos Santos respondeu algumas das primeiras perguntas dos parlamentares, e negou que tenha recebido ou cedido veículos ou instalações de seu escritório ao filho do presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva. Perguntado se havia, algum dia, recebido Lulinha em seu escritório e se em alguma oportunidade cedeu carro ou disponibilizou suas instalações ao filho do ex-presidente, o empresário abriu mão do direito de permanecer em silêncio para negar que qualquer uma dessas situações tenha ocorrido.
Em seguida, o empresário, preso preventivamente há cinco meses por suspeitas de corrupção ativa e tráfico de influência, parou de responder as perguntas feitas pelos deputados, alegando não ter “nada a ver com o Carf”, e que as respostas aos questionamentos dirigidos pelos deputados a ele “estão todas disponíveis na 10ª Vara”. “Vocês têm direito a pegar tudo lá. Inclusive meu advogado está instruído a disponibilizar a todos vocês a íntegra de todos os autos. Ficará claro que não participei do Carf e que não tenho nada a ver com esse caso”, disse o empresário.
Diante da recusa em responder às outras perguntas, Alexandre Paes do Santos foi chamado de “canalha” pelo deputado Éder Mauro (PSD-PA), que é delegado da Polícia Civil do Pará. A atitude do delegado foi repreendida pela presidência e relatoria da comissão. “Peço a vossa excelência que tenha um palavreado de respeito com quem venha aqui, e que use o parlamento como tribuna para criticar. Mas com um palavreado correto”, disse o relator João Carlos Bacelar (PR-BA).
Considerado por alguns deputados como um dos pivôs do caso investigado pela Operação Zelotes, Alexandre Paes dos Santos é sócio da empresa Davos Energia.
Após o depoimento de Alexandre Paes, a comissão aprovou os requerimentos para convidar a primeira leva do chamado “bloco institucional”, grupo que, segundo os deputados, dará condições para que, no momento das audiências com réus e condenados, os parlamentares estejam melhor embasado para os questionamentos a suspeitos e réus envolvidos no caso. Foram convidados o Secretário da Receita, Jorge Rachid, o procurador-geral da Fazenda Nacional, Fabrício da Soller; e os procuradores da República, Marcelo Ribeiro de Oliveira, José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho (ABr).

Moro autoriza bloqueio de contas de Gim Argello

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, autorizou o bloqueio de R$ 5,35 milhões das contas do ex-senador Gim Argello e do assessor Paulo César Roxo Ramos, investigados na 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem (12). A investigação aponta o recebimento de propina no valor R$ 5 milhões pelo ex-senador, para evitar a convocação de executivos de empreiteiras para prestarem depoimento nas comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras.
Além das contas pessoais de Gim Argello e Paulo Roxo, foram bloqueadas as contas das empresas do ex-senador, a Argelo & Argelo Ltda., a Garantia Imóveis Ltda. e a Solo – Investimentos e Participações Ltda. No despacho, Moro diz que se limitou ao bloqueio das contas de Argello e de suas empresas, porque devem ser suficientes para atingir o valor da propina recebida. “Estendi a medida a Paulo César Roxo Ramos, apontado como seu operador financeiro. Reputo prematura a extensão da mesma medida aos demais e mesmo às empresas de Paulo Roxo, na falta de melhores informações sobre elas”, diz a decisão.
O ex-senador era membro da CPI no Senado e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, da Câmara e do Senado, ambas instauradas no ano de 2014 para apurar irregularidades na Petrobras (ABr).

Satélites italianos monitorarão desmatamento da Amazônia

Concepção artística do satélite italiano Cosmo-SkyMed no espaço.

Os quatro satélites do projeto italiano Cosmo-SkyMed monitorarão uma área de um milhão de km² da floresta amazônica e, em particular, o desmatamento no Brasil. O contrato, válido para 2016 e renovável por mais um ano, permitirá fornecer um quadro completo da situação, considerando a dificuldade do monitoramento contínuo de uma área onde o céu é constantemente coberto por nuvens. Graças aos radares que estão nos satélites, será possível captar as imagens e os dados em qualquer condição meteorológica, trabalhando dia e noite.
As informações recolhidas pela Cosmo-SkyMed já são utilizadas com sucesso no Brasil, onde a Telespazio atua desde 1997, através de sua controlada Telespazio Brasil. A empresa atua no monitoramento ambiental e de segurança – como a perda de petróleo de plataformas no mar, controle de deslizamentos – além do apoio à agricultura e para aplicações em questão de defesa, por exemplo. A empresa que opera os equipamentos é a e-Geos, formada pela Finmeccanica-Telespazio e a Agência Espacial Italiana, em parceria com a brasileira Geoambiente, que venceram a disputa do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
O presidente da e-Geos, Roberto Ibba, e os representantes da Finmeccanica afirmaram estar satisfeitos com o novo contrato e afirmaram que ele constitui mais uma confirmação do valor da tecnologia no âmbito espacial. Além de fornecer os equipamentos dos satélites utilizados, a Finmeccanica criou os próprios satélites com a participação da Thales Alenia Space enquanto a Telespazio desenvolveu o segmento por terra e é responsável pela aquisição, processamento e distribuição dos dados colhidos (ANSA).

A contabilidade tem papel decisivo em meio à crise

O ano de 2016 ainda será de muito trabalho para os profissionais de contabilidade. Além de lidar com as consequências da crise econômica, será preciso adaptar as empresas às mudanças tributárias e fiscais trazidas pela ampliação do eSocial, pela implantação do Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons Fiscais Eletrônicos (SAT) e pelas alterações no regime de apuração do ICMS interestadual, entre outras.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Contabilidade e de Assessoramento no Estado de São Paulo (Sescon/SP), Márcio Massao Shimomoto, uma boa gestão pode ser decisiva para enfrentar as dificuldades. “O empreendedor está preocupado com os efeitos da crise nos negócios, portanto, será muito difícil convencê-lo dos investimentos necessários em tecnologia e gestão. Caberá ao contador orientar as empresas nas decisões adequadas”, explica Shimomoto.
Há cinco anos 80% das micro e pequenas empresas fechavam nos primeiros três anos de atividade. Hoje, esse percentual caiu para 50%, de acordo com o Sebrae. Segundo o presidente do Sescon/SP, os números mostram que as mudanças feitas ao longo do tempo obrigaram o empresário a se organizar, cuidar melhor da gestão dos negócios. Neste contexto, “a função de consultor faz parte do novo perfil do profissional de contabilidade”.