Ministro do STF, Gilmar Mendes. |
São Paulo – No próximo dia 29, quando o PMDB deve formalizar seu desembarque do governo Dilma em meio ao processo de impeachment da presidente no Congresso, o vice-presidente Michel Temer estará reunido com alguns dos principais defensores do impedimento de Dilma em um seminário promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem o ministro do STF, Gilmar Mendes, como sócio-fundador, em Portugal. Integrantes do governo têm tratado o encontro como um prenúncio do arranjo político para derrubar a presidente.
O IDP realiza entre os dia 29 e 31 de março, em Portugal, em parceria com a Universidade de Lisboa, o “IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito”. Estão confirmadas as presenças de Temer, dos senadores Aécio Neves e José Serra, do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, do também ministro do STF, Dias Toffoli, além do próprio Gilmar Mendes.
Lideranças petistas e governistas avaliam que o evento é um pretexto encontrado por Mendes para reunir alguns dos principais líderes do movimento pró-impeachment em um momento de extrema fragilidade de Dilma. Os únicos governistas convidados são o senador Jorge Viana (PT-AC) e o ex-advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams. Entre os patrocinadores do evento estão a Fiesp, entidade que tem dado apoio às manifestações de rua pela saída de Dilma, a CNI, o Sistema “S” do Rio de Janeiro e a estatal Itaipu Binacional.
“Esse enredo do golpe está na boca dos petistas. Não há golpe algum. Trata-se de um encontro institucional entre duas nações amigas”, afirmou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder da oposição na Câmara (AE).