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Geral 17/03/2016

em Geral
quarta-feira, 16 de março de 2016

Formação em acessibilidade prepara jovens para o mercado de trabalho

Tradução em Libras de encenação com temática inclusiva, durante o lançamento de mais uma turma do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade.

Uma capacitação com noções de Libras, audiodescrição e legislação inclusiva já formou 220 jovens de comunidades pacificadas do Rio de Janeiro para atuar com comunicação acessível

Na última terça-feira (15), foi lançada a quinta turma do projeto Agentes de Promoção da Acessibilidade, da ONG Escola de Gente, na Biblioteca Parque da Rocinha, comunidade na zona sul do Rio. O projeto começou em 2010 e já capacitou jovens de Jacarepaguá, Sulacap, Vila Aliança, Rocinha, Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Vila Kennedy, Grajaú, Pilares, Glória, Santa Tersa, Quintino, Cascadura e Andaraí.
Em cerimônia que contou com observadores do Comitê Olímpico Rio2016 e da empresa que vai contratar mais de 600 pessoas para trabalhar durante os jogos, os 32 jovens que formarão a nova turma do projeto assistiram a esquetes teatrais sobre inclusão, e jovens já formados fizeram a entrega simbólica dos currículos para o cadastro. Segundo a fundadora da ONG, Claudia Werneck, os recrutadores procuraram o projeto e será feita uma parceria para encaminhar o currículo dos jovens que passaram pela formação. “A formação que o projeto dá é muito ampla, para pessoa com deficiência ou não, e agrega valor ao currículo dessa juventude, uma coisa que talvez só daqui a muitos anos as pessoas acreditem. Mas não há como você continuar no mundo sem uma prática e um conhecimento inclusivo”.
Claudia ressalta que o projeto tem dado muito certo pelo fato de ser uma capacitação ainda rara no país e que está sendo oferecida primeiro a quem não tem oportunidade. “A Escola de Gente considera que essa formação é nobre e imprescindível para qualquer profissional, só que desta fez ela está sendo oferecida primeiramente ao jovem em desvantagem. Então, estamos invertendo a lógica social de oferecer o melhor, que está de acordo com os tratados de direitos humanos, com a Constituição, para os jovens das comunidades”.
Moradora do Jacarezinho, na zona norte do Rio, Mayara da Silva Gonçalves, de 25 anos, participou em 2010, depois de decidir a aprender Libras para ajudar no trabalho que tinha em um hospital. Ela diz que o projeto mudou o rumo que pretendia seguir e abriu novas possibilidades profissionais. Se antes ela pensava em fazer jornalismo, agora pretende cursar psicologia. Morador de Maria da Graça, também na zona norte, Felipe Mendes Rangel, 25 anos, é deficiente auditivo e fez o curso em 2010 para aprender mais sobre Libras. Atualmente, procura um emprego e é ativista dos direitos da pessoa com deficiência (ABr).

Casa Civil, o ministério mais problemático do governo

José Dirceu foi ministro entre 2003 e 2005. Deu no que deu.

Presente no organograma da política brasileira desde a década de 1930, a Casa Civil ganhou atribuições com a chegada do PT ao Planalto e se tornou o ministério mais poderoso do governo, mas também um dos mais problemáticos. Dos oito nomes que ocuparam a pasta a partir de 2003, três tiveram de renunciar devido a escândalos. O primeiro deles, que inaugurou essa fase de “superpoder” na Casa Civil, foi José Dirceu (2003-2005). Ex-candidato a herdeiro de Lula, o então ministro deixou o posto no auge do mensalão, caso pelo qual viria a ser condenado mais tarde.
Dirceu foi sucedido por Dilma Rousseff, que permaneceu no cargo até março de 2010, quando oficializou sua campanha pela Presidência da República. Em seu lugar ficou uma antiga aliada, Erenice Guerra, que durou menos de seis meses na pasta, derrubada por um escândalo de tráfico de influência. O processo contra ela foi arquivado em 2012. No fim de 2010, a Casa Civil foi chefiada interinamente por Carlos Eduardo Esteves Lima, que conseguiu passar incólume pela função. O primeiro “superministro” de Dilma foi Antonio Palocci, que resistiu apenas até junho de 2011 devido a acusações de enriquecimento ilícito.
Em seguida se sucederam Gleisi Hoffmann (2011-2014), Aloizio Mercadante (2014-2015) e Jaques Wagner (2015-2016). Todos eles foram citados em delações da Operação Lava Jato, os dois primeiros inclusive pelo senador Delcídio do Amaral (ex-PT). A Casa Civil é o ministério mais próximo da Presidência e coordena os trabalhos das outras pastas, além da articulação política do governo. Por isso, seu chefe é tido às vezes como um “primeiro-ministro”, cargo característico de regimes parlamentaristas.
Com o PT, a Casa Civil normalmente é usada como trampolim para futuras candidaturas a presidente. Foi assim com Dirceu e Dilma. Desde que foi levado para depor na Operação Lava Jato, no início de março, Lula tem reiterado sua intenção de concorrer nas eleições de 2018, e o novo cargo pode lhe garantir os holofotes necessários para isso – caso ele sobreviva às denúncias do Ministério Público (ANSA).

Brasil ocupa a 11ª posição na America Latina em saneamento básico

Metade da população brasileira não conta com coleta de esgoto e apenas um quarto dela vive em localidades com tratamento dos dejetos, segundo estudo divulgado ontem (16) pelo Instituto Trata Brasil. O “Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades” mostra que mais de 35 milhões de brasileiros ainda não recebem água tratada. O país ocupa a 11ª posição entre 17 países analisados pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), estando atrás da Bolívia, Peru, Uruguai, Equador, Venezuela, Chile, México, Argentina, Colômbia e Costa Rica.
Nos últimos cinco anos, entre 2010 e 2014, 64% das cidades ampliaram os investimentos em até 29% da arrecadação e apenas 36% delas investiram acima dos 30% arrecadados nesse período. O valor relativo à soma das 20 cidades que mais investiram, em 2014, atinge R$ 827 milhões, quantia bem abaixo do montante arrecadado ( R$ 3,8 bilhões). Na média dos últimos cinco anos, foram investidos R$ 188,24 milhões, o equivalente a R$ 71,47 por habitante.
Em nota, o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, manifestou que “a preocupação é que os avanços em saneamento básico não só estão muito lentos no país, como cada vez mais concentrados onde a situação já está melhor. Estamos separando o Brasil em ilhas de estados e cidades que caminham para a universalização da água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não avança”. Ele alertou que, em consequência, a população fica mais vulnerável às doenças.
Na lista das dez cidades com a pior condição na coleta de esgoto, duas não têm nenhum tipo de atendimento do gênero: Ananindeua e Santarém, no estado do Pará. Ainda nesse estado aparece Belém, onde os serviços atendem apenas 12,7% da população. As demais cidades são: Rio Branco, no Acre, com 21,23% da população atendida; Juazeiro do Norte , no Ceará (21,1%); Teresina, no Piauí (19,12%); Manaus, no Amazonas (9,9%); Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco (6,59%); Macapá, no Amapá (5,54%) e Porto Velho, em Roraima (2,04%) (ABr).

Terreno da antiga rodoviária será usado para moradia popular

Maquete do projeto de construção de moradias populares no terreno da antiga rodoviária da capital.

Com a proposta de revitalizar o centro de São Paulo, e atender a demanda por moradia, o governo paulista acaba de anunciar a concessão do terreno de 18 mil m² da antiga rodoviária para construção de habitações populares por meio de Parceria Público-Privada (PPP). “Fizemos a primeira PPP da habitação do Brasil no centro expandido. Ela tem uma grande importância urbanística, aproximando a moradia do emprego”, avaliou o governador Geraldo Alckmin. “Este segundo conjunto de obras será no Bom Retiro. O primeiro empreendimento feito através de PPP vai ser entregue até novembro deste ano na rua São Caetano”, completou.
Além de 1.200 unidades de moradias populares, esta segunda etapa do projeto de habitação incluirá espaços para comércio e cultura. Cerca de 6.000 m² serão destinados para a construção da nova Escola de Música Tom Jobim. Mais de 4.000 m² serão destinados para o setor de serviços e comércio na parte térrea do empreendimento. O prazo para se cadastrar e concorrer a uma moradia da PPP da Habitação do Centro de São Paulo encerra em 24 de julho. As inscrições podem ser feitas no site da Secretaria da Habitação, no link “Acesso Cadastro PPP”.
Terão acesso às moradias famílias que tenham ao menos um integrante que trabalhe no centro da Capital e resida fora da região, pois um dos objetivos da PPP é contribuir para adensar o centro e reduzir os deslocamentos diários no transporte público. Os bairros localizados no centro concentram 17% dos empregos da capital, mas reúnem apenas 3% dos moradores. Além disso, o candidato deve ter renda de no máximo seis salários mínimos paulista (R$ 6.000,00), não ter imóvel próprio ou financiado em qualquer parte do país, nem ter sido atendido por programa habitacional público (sp.gov.br).

Receita emite mais de 204 mil CPFs com certidão de nascimento

Os cartórios de registro civil já emitiram mais de 204 mil Cadastros de Pessoa Física (CPFs) gratuitamente. O balanço foi divulgado pela Receita Federal que, em parceria com a Associação de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), implementou, em dezembro último, serviço gratuito de inscrição no CPF no momento da emissão da certidão de nascimento.
Até 11 de março de 2016, mais de 1.600 cartórios de registro civil de pessoas naturais em todo o país haviam aderido ao convênio, informou a Receita Federal. Para o Fisco, a inscrição de CPF realizada nos cartórios agrega mais qualidade e segurança ao cadastro da Receita Federal e reduz o risco de fraudes, principalmente as relacionadas a homônimos – pessoas com nome e data de nascimento iguais. Outra vantagem, segundo a Receita, é que o serviço de CPF nos cartórios, além de facilitar o acesso a esse documento, traz comodidade para o cidadão, que obtém, por meio de uma única solicitação, dois documentos civis básicos, imprescindíveis ao exercício da cidadania (ABr).