O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou, na sexta-feira (11), que as reservas internacionais são um ativo importante que precisa ser preservado. Questionado sobre o que acha da proposta do PT de usar as reservas para promover investimentos, o ministro, que havia se reunido no dia anterior com lideranças do partido, incluindo o ex-presidente Lula, disse que esse “seguro” dá autonomia de política econômica para o Brasil.
“As reservas são um ativo importante. É pela acumulação de reservas que hoje temos uma maior estabilidade no balanço de pagamentos, o que nos dá autonomia para discutir a solução dos nossos problemas com os brasileiros, com os empresários, trabalhadores e parlamentares brasileiros. É um seguro importante contra flutuações no câmbio e tem de ser preservado, especialmente nesse momento de turbulência”, afirmou após reunião com membros do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Barbosa comentou que tem conversado com o PT e o PMDB sobre vários temas, incluindo a reforma da Previdência. Segundo ele, nesse ponto as divergências são mais sobre a estratégia política de construção da proposta de reforma, e não sobre o mérito das mudanças. “Todos concordam que é preciso preservar a Previdência e isso envolve adotar alguma medida. Estamos discutindo a forma e o melhor tempo de apresentar essas mudanças. Eu acho importante apresentar depois das discussões do Fórum da Previdência, que foi um compromisso assumido pela presidente Dilma no ano passado”, disse.
Barbosa também teve reunião com os executivos do Sindipeças para discutir a conjuntura econômica e ações que poderão contribuir para a retomada da economia e do setor. Ele teria afirmado para os executivos que, por enquanto, está atuando apenas como “diretor financeiro de uma empresa”, ouvindo as sugestões para depois alocar os recursos e esforços para atender as demandas. Segundo o presidente do Sindipeças, Paulo Buturi, foi apresentada ao ministro a agenda do setor e sugestões visando principalmente elevar as exportações.
O setor passou para o ministro a importância de se aproveitar o atual patamar do dólar para aumentar as vendas, salientando que é preciso que o governo atue para firmar novos acordos comerciais com outros países, já que no segmento há apenas dois acordos importantes em vigor. Um deles com a Argentina, e outro, com o México. Buturi lembrou que recentemente o setor automotivo fechou acordo com a Colômbia, já tem acordos com o Uruguai e Paraguai, mas que eles são de menor de importância. “Precisamos ampliar o espaço com o México, que tem acordo com mais de 60 países, para aumentar a competitividade” (AE).
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