O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse ontem (17) em Brasília, que não vê “grande impacto” da retirada de grau de investimento do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch no fluxo de investimento estrangeiro no país.
Lembrou que a decisão da agência foi recebida com muita tranquilidade pelo mercado financeiro e indicou que, de certa forma, já era esperada.
“Nas nossas projeções de balanço de pagamentos apontam para um investimento estrangeiro direto da ordem de US$ 65 bilhões neste ano. As nossas projeções não mudam em função de reclassificação”, disse durante café da manhã com jornalistas, no BC. Segundo Tombini, 2015 foi um ano de complexidade política, com impacto nos ajustes macroeconômicos. Para ele, o resultado reflete o estado atual do país.
“A economia brasileira está em contração e a mudança dos preços relativos, com o fortalecimento do dólar e enfraquecimento do real, tem reflexos, consequentemente, na competitividade dos nossos produtos. Então, o setor externo vem avançando rapidamente com impacto do lado da economia [pelas contas nacionais] e vemos uma contribuição pelo lado do PIB. Foi a primeira vez em dez anos que o setor externo tem uma contribuição líquida para o produto interno.”
Sobre a política monetária, Tombini disse que o objetivo é fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5% em 2017. Em 2016, a tolerância é de 2%, caindo para 1,5% em 2017. O centro do meta permanece em 4,5 %, nos dois casos. Ele citou duas questões importantes como consequências na inflação: o reposicionamento dos preços administrados (aqueles regulados pelo governo) e a desvalorização do real em relação ao dólar (ABr).