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Uma nova vida

em Opinião
quarta-feira, 04 de novembro de 2015

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

A produção e o comércio são atividades que remontam aos séculos quando o objetivo era produzir bens úteis para suprir as necessidades humanas com ética e obter ganhos.

Depois vieram os produtos nocivos, como o cigarro e outros que só trazem malefícios. A resistência dos consumidores indolentes foi sendo quebrada com métodos especiais de persuasão. Depois entrou em cena o dinheiro esperto, que gera ganhos sem nada produzir. Não é preciso ser profeta para perceber que um dia o rombo iria aparecer mostrando o caos e ampliando a miséria.

É lamentável que no século 21 os administradores públicos não estejam a altura nem capacitados para manter as contas públicas em equilíbrio. Vai nisso uma dose de incompetência, arrogância e má fé. Foram eleitos para zelar pelo dinheiro público arrecadado como impostos, e deveriam devolver esse montante em bem-feitorias para melhorar as condições de vida, mas é uma tentação para os corruptos passarem a mão nessa botija descuidada e sem dono. A taxa de juros de empréstimos agora está em 4,35% e a de depósito, em 1,5%. Isso na China.

No Brasil a taxa Selic é de 14,25 % bem acima disso. Com inflação ou sem ela, os juros consumirão 8% do PIB brasileiro em 2015. Devido à sua incompetência, os administradores públicos não conseguem manter as contas em equilíbrio. Com toda a desarrumação interna e externa o país não produz o necessário, caindo no déficit comercial e na inflação. São muitas variáveis, mas o Banco Central foca nos juros.
Não se busca por solução real que anule as causas; apenas elevam-se os juros criando mais desequilíbrios. Os economistas têm de examinar essa questão e a do meio circulante, que desaparece e deixa tudo paralisado. Os legisladores e governantes têm de ser responsabilizados pelo equilíbrio e pela utilização do dinheiro público com seriedade para propiciar, como retorno, a melhoria das condições gerais.

A globalização tem dado prioridade ao aspecto financeiro que prioriza o menor custo e o melhor lucro; dessa forma a globalização vai pondo de lado o aspecto humano. Falta a globalização séria do humanismo, não a que se assenta no socialismo, mas a que possibilite que todos possam viver condignamente, desde que se movimentem para adquirir conhecimentos e produzir algo de útil e benéfico.

A superoferta global gera desemprego. Desemprego diminui os gastos. A economia não cresce. Sem consciência, foi imposto um modelo global artificial permitindo comércio predatório e a atuação de estadistas e empresários sem seriedade. Com o aumento das dificuldades, o artificialismo aparece. É preciso trabalho e renda, mas também uma revisão no consumo supérfluo, no descartável, na preservação dos recursos. Com mais de sete bilhões de bocas é preciso uma nova cultura de vida mais natural.

As desarmonias se contrapõem ao final feliz e coerente, que sempre levanta o humor. Ultimamente, a maioria dos filmes vai para o lado depressivo da vida, aquilo que vemos a toda hora nas ruas, nas casas no trabalho: a falta de consideração e a violência, finais amargos que se infiltram pelos olhos e ouvidos gerando apatia e desinteresse pela vida, roubando a esperança de melhores dias.

Os riscos estão aí. Queda na produção de alimentos. Elevação dos mares. Aumento de imigrações. Riscos para a saúde. Já passamos da hora de reduzir a queima de combustíveis fósseis. Parar de desmatar. Reflorestar. Cuidar do lixo. Dar tratamento ao esgoto. Dar o adequado preparo para a população e as novas gerações.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). Autor de: Conversando com o homem sábio; Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; e O Homem Sábio e os Jovens ([email protected]).