São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch reafirmou o rating em moeda estrangeira e local da Petrobras em BBB-, com a perspectiva negativa. A decisão é anunciada após o rebaixamento do rating do Brasil, de BBB para BBB-, também com perspectiva negativa. De acordo com a Fitch, os ratings da Petrobras estão apoiados pela importância estratégia da companhia para o Brasil, por sua posição de liderança no mercado doméstico de energia do País e por sua reconhecida expertise em exploração e produção offshore.
Por outro lado, pesa sobre a nota da empresa suas “métricas de proteção de crédito fracas”, a “exposição à interferência política local” e a “vulnerabilidade de longo prazo a flutuações nos preços das commodities internacionais”, bem como o risco pelas mudanças no câmbio e o fato de que sua receita se concentra no mercado doméstico. “As métricas de crédito da Petrobras devem permanecer fracas ao longo dos próximos dois ou três anos, devido a seus altos níveis de endividamento e aos preços deprimidos dos hidrocarbonetos globais”, diz a Fitch. “A perspectiva negativa reflete a perspectiva negativa para o rating soberano do Brasil”.
Na avaliação da agência, as métricas de crédito da companhia não são consistentes com outras grandes companhias privadas do setor de petróleo e gás que têm grau de investimento. A companhia reportou uma dívida financeira total de aproximadamente US$ 134 bilhões. O fluxo de geração de caixa da empresa deve permanecer sob pressão, diante da desvalorização do real e da queda nos preços do petróleo, apesar da alta recente no preço e da redução de despesas de capital.
A alta no preço foi apontada pela agência como “marginalmente positiva”, já que demonstra a capacidade da Petrobras de ajustar os preços para cima, mesmo em períodos de desaceleração econômica no Brasil e de queda global nos preços do petróleo. A redução nos investimentos de capital pode reduzir um pouco a pressão sobre o fluxo de caixa da empresa, mas ainda não está claro qual seu impacto para o crescimento da produção no longo prazo.
A Fitch ainda aponta que o potencial para crescimento da produção da empresa diminuiu ao longo do último ano, como resultado do escândalo de corrupção e de reduções forçadas nos gastos de capital. A agência avalia que há “vários desafios” para que a Petrobras atinja suas metas, como o impacto do escândalo de corrupção em sua cadeia do fornecedores, compromissos com o uso de conteúdo local e a obtenção de financiamento externo para rolar dívidas (AE).
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