O ministro da Saúde, Arthur Chioro, afirmou considerar inadmissível a proporção de cesarianas realizadas no Brasil. Segundo ele, o país vive uma epidemia desse tipo de parto.
Com dados de 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde revela que 54,7% dos partos brasileiros são cesáreas, muito acima da recomendação de 15% da OMS. Fora do SUS, a proporção chega a 88%. “Precisamos reconhecer que vivemos uma epidemia de cesarianas”, afirmou Chioro. Sobre os riscos de uma cesariana mal indicada, o ministro disse que o governo não está lidando com um problema simples.
“É um problema de saúde pública extremamente grave”. Ressaltou que não se trata de criminalizar a cesariana, o médico ou a mulher, no momento em que o parto é necessário. Entretanto, esclareceu, a cesariana mal indicada traz 120 vezes mais riscos de prematuridade para a criança, aumenta em 24% o risco de mortalidade neonatal e aumenta em três vezes o risco de mortalidade materna.
Outro dado destacado pela pesquisa e pelo ministro revela que 53,5% das cesarianas feitas no Brasil são marcadas com antecedência, antes que a mulher entre em trabalho de parto. Na rede particular de saúde, o percentual chega a 74,2%. “É um exagero. O que se tem é uma marcação inaceitável com antecedência, a fim de atender a outros interesses que não são os da natureza”, acrescentou. “É inadmissível que tenhamos essa proporção” (ABr).