Karen M. Reddington (*)
Poucas décadas atrás, a palavra da moda era ‘off-shoring’, ou seja, transferir a produção para locais com bases de custo menores, como China ou América Latina.
Depois veio o ‘near-shoring’, um movimento quase inverso gerado pela alta geral no custo do combustível e da mão de obra e que levou as empresas a retornar a produção para perto de seus mercados internos, como os Estados Unidos. Hoje, porém, nas economias globalmente conectadas, o custo é só uma das variáveis.
A balança da produção está mudando – de novo.
No ‘next-shoring’, a ideia não é transferir a produção de um local para outro, mas “adaptar-se e se preparar para a natureza instável de fabricar em toda parte”, é a nova fronteira, segundo um recente relatório da McKinsey. A diferença é que a mudança revolucionária de hoje não é uma questão de geografia, nem é uma competição entre países ou continentes. É uma tendência muito maior e bem mais complicada – uma tendência que envolve mudança de mentalidade, acesso a técnicas de fabricação inovadoras, pensar além dos números básicos e criar as cadeias de suprimentos mais eficientes.
Em suma, ela requer que as empresas olhem para o quadro geral a fim de tomar decisões comerciais melhores. Isso é algo que fazemos diariamente na FedEx quando ajudamoso cliente a encontrar soluções de cadeias de suprimentos criativase eficazes a fim de levar seus bens e produtos para o mundo todo. Porque trabalhamos com transporte aéreo, terrestre e marítimo, a FedEx é testemunha das tendências globais que estão afetando todos os tipos de indústria.
Em nosso próprio negócio, temos visto uma tendência crescente de aumento no uso do transporte marítimo em nossas soluções de remessa e não apenas do transporte aéreo expresso peloqual somos pioneiros e conhecidos. Também temos acompanhado as mudanças nos níveis salariais, no poder de compra e nos custos de energia nos 220 países e territórios em que operamos. Assim, para muitas empresas, a decisão de onde instalar a base de fabricação não é maisuma questão decálculossimples e diretos.
Na Ásia, afabricação está sendo transferida para a parte central e ocidental da China, para o Vietnã, a Malásia e a Indonésia. Ao mesmo tempo, a China deixou de ser um simples chão de fábrica – ela é uma potência de inovação que mudou de origem para centro da cadeia de suprimentos.
(*) – É presidente da FedEx Ásia Pacífico.