Um dia após o anuncio da nova etapa do Programa de Investimento em Logística do governo federal, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, negou que concessão seja uma forma disfarçada de privatização.
Os modelos adotados pelo governo atendem às necessidades concretas e não a “posições ideológicas”. “Concessão é usar e depois devolver, privatizar é vender”, disse o ministro.
Durante reunião no Senado, Barbosa disse que o desafio é transformar a demanda que existe em projetos de execução viável. O ministro avaliou que a taxa de investimento no Brasil em relação ao PIB – hoje em 20% – está na média de outros países, mas ponderou que para crescer mais rápido o país precisa elevar o índice, aumentando a competitividade.
Ele destacou que a prioridade em ferrovias visa a melhorar o escoamento da safra agrícola do Centro-Oeste, com ligações de saída pelo corredor norte. Reconheceu que o desembolso para os investimentos previstos será grande, mas será escalonado ao longo do tempo. No caso das rodovias, as novas licitações terão os estudos concluídos até o início de 2016 e devem começar a sair do papel no segundo semestre do ano que vem. A nova fase do programa de investimentos, afirmou, prevê metas realistas de execução.
Para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), o programa de investimentos do governo é “ilusionismo” para desviar o foco de problemas como “inflação galopante, desemprego ascendente e caos na segurança pública”. Já a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) destacou melhorias na infraestrutura do país a partir das concessões, como nos aeroportos. “Não saem mais notícias negativas sobre aeroportos. Dificilmente ocorrem atrasos nas viagens aéreas”, ressaltou (ABr).