O ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Gávea Investimentos Armínio Fraga afirmou que a nova rodada de concessões de projetos de infraestrutura vem na esteira de outros programas semelhantes que não conseguiram aumentar investimentos no setor.
“Eu torço para que esse possa dar resultado”, comentou. Para o economista, a menor participação do BNDES no financiamento dos projetos é uma das diferenças desta nova etapa, que já era defendida por ele.
“As inovações que estão sendo discutidas falam sobre exigir cofinanciamento do setor privado, que é uma proposta minha muito antiga. Acho correto, tem que ver um pouco qual vai ser a dosagem, como vai acontecer essa transição, mas eu penso que faz todo o sentido”, afirmou. Fraga questionou o alcance do ajuste fiscal implementado pela equipe econômica, embora reconheça que esse tipo de trabalho “nunca é fácil” e leva tempo.
“Temo que no final das contas acabemos aumentando mais imposto que cortando gasto e temo um pouco pela qualidade dos cortes, que são pela sua própria natureza difíceis”, afirmou o ex-presidente do BC. “E temo mais adiante que esse ajuste não seja suficiente também. É uma coisa quase que contábil”, completou. O economista calcula que, num prazo de dez anos, a carga tributária do País cresça entre seis e sete pontos no PIB. Em 2013, a carga tributária correspondeu a 35,95% do PIB (AE).