Robson Campos (*)
A velocidade das mudanças em nossa sociedade se intensificou de maneira surpreendente.
Em poucos séculos, evoluímos da indústria 1.0 para a indústria 5.0, e alcançamos inúmeros avanços tecnológicos. E o mais impressionante é que, conforme fomos avançando pela transição entre as fases, o período entre elas ficou mais e mais curto. Para se ter uma ideia, a transição da indústria 4.0 para 5.0 levou apenas 15 anos!
Esse aumento na velocidade das mudanças se deve, em grande parte, ao fato de estarmos vivenciando inovações incrementais, o que proporciona maior segurança na adoção. Consequentemente, observamos alterações profundas em nosso dia a dia, em um curto intervalo de tempo.
Nesse cenário dinâmico e desafiador, é imprescindível que nós, profissionais de RH, acompanhemos as novas tecnologias e suas implicações para a sociedade. Caso contrário, nossa capacidade de competir no mercado será prejudicada, ou seja, o risco não é a tecnologia, mas sim a nossa obsolescência profissional. E para que possamos utilizar as tecnologias de modo efetivo, é fundamental entendermos de pessoas – o que se prova outro grande desafio hoje, já que o futuro do trabalho se desenha como um futuro complexo.
Vivenciamos um tempo de equipes multigeracionais, um tema cada vez mais comum no cotidiano das organizações, os RHs enfrentam o grande desafio da convivência de quatro gerações no mercado de trabalho – Baby Boomers, Gerações X, Y e Z – que possuem comportamentos e prioridades bem diferentes, o que deveria ser um grande trunfo, mas pode acabar se tornando uma grande dificuldade de gestão para os líderes. E essa convergência está apenas começando. Somado a isso, o futuro do trabalho também será pautado por novos modelos de carreira e novos objetivos profissionais, impulsionados por essa diversidade geracional.
Outra tendência que se espera do mercado de trabalho para os próximos anos é a relação mais próxima entre humanos e tecnologia, principalmente pelo boom recente causado pela IA Generativa, e a valorização crescente de human skills entre os profissionais. Nesse contexto, um RH contemporâneo tende a ser considerado como cada vez mais estratégico para o crescimento das companhias, atuando ativamente junto a CEOs das empresas.
Diante desse cenário fica a pergunta: como o RH pode apoiar a tomada de decisão nas organizações? Aqui destaco que a resposta está certamente em potencializar as habilidades humanas, que são não novas, mas sim velhas conhecidas. A primeira delas é a empatia, ou seja, é preciso que os RHs compreendam pontos de vista diferentes e busquem encontrar maneiras de trabalhar juntos e juntas de forma construtiva. A segunda habilidade é o conhecimento, a importância de se trocar experiências e de promover a cultura do aprendizado contínuo. A terceira habilidade é o respeito. É fundamental que profissionais de gestão de pessoas combatam atitudes preconceituosas e promovam a diversidade (geracional, cultural, étnica, racial, entre outros) como um ativo na organização.
Muitas dessas mudanças já começamos a vivenciar na prática, por isso é fundamental que os profissionais de RH também se transformem. Aqueles que abraçarem essa transformação saberão se posicionar melhor no mercado, utilizando a tecnologia de forma estratégica e inovadora em seu dia a dia.
(*) Diretor de produtos para RH da TOTVS.