O Pix, Arranjo de Pagamentos Instantâneos do Banco Central, completa 4 anos no último dia 16 de novembro. Em 2024, o meio de pagamento já ultrapassou mais de R$ 29 bilhões em transações financeiras, inclusive, em setembro, a modalidade superou a marca de 227 milhões de transações em 24 horas, consolidando-se como a principal forma de pagamento digital no país.
A introdução do Open Finance impulsionou ainda mais a agenda evolutiva, padronizando a comunicação entre bancos e abrindo caminho para a adição de novas funcionalidades, que já começam a mudar as dinâmicas do sistema bancário brasileiro. Para Gustavo Bresler, COO da fintech Iniciador, as novas possibilidades de pagamentos podem parecer similares em um primeiro momento, mas variam em comportamento e em função.
“O Pix já mudou a forma como o brasileiro faz pagamentos no dia a dia, agora, vai mudar também a forma que nos relacionamos com nossos bancos. Além de rapidez, as novas funcionalidades passam a permitir integração de contas, automações, flexibilidade e até aprovar pagamentos com a biometria do celular”, avalia.
O especialista, que atua no Grupo de Trabalho de Experiência do Usuário do Open Finance desde 2021, listou os 6 novos tipos de Pix, destacando suas aplicações, vantagens e limitações. Confira os modelos:
- – Pix – Pague com o App – Conhecido como Pix via Open Finance, oferece uma experiência de pagamento online ainda mais rápida e simples. Ao invés de copiar e colar códigos ou ler QR Codes, o usuário pode realizar pagamentos diretamente no site ou app onde está navegando, sendo redirecionado para o aplicativo do seu banco apenas para aprovar a transação.
O processo é até 50% mais rápido que os métodos tradicionais, com notificações instantâneas para o recebedor em caso de aprovação, rejeição ou cancelamento.
Dentre suas aplicações estão: Checkouts Online, Pagamentos In-App, Cobranças e Links de Pagamento e Pagamentos Conversacionais. É possível testá-lo aqui.
- – Pix Recorrente – Também conhecido como Agendamentos Recorrentes ou Pix Programado, entrou em vigor em abril e viabiliza que usuários possam automatizar pagamentos de valores fixos em até 60 datas, com dois anos de antecedência, tudo isso com apenas uma autorização. Todas as informações podem já ser pré-configuradas pelo usuário.
Essa funcionalidade elimina o risco de esquecimentos e a inadimplência, além de oferecer custos de transação mais baixos que boletos bancários e cartões de crédito. O recebedor conta também com notificações em tempo real sobre os agendamentos, pagamentos concluídos, cancelados ou rejeitados.
No entanto, o método ainda possui algumas limitações, como a impossibilidade de pagamentos de valores variáveis e a necessidade de lidar com cancelamentos e rejeições por parte do comerciante. Dentre suas aplicações estão: cobranças recorrentes, mensalidades, assinaturas, investimentos planejados e despesas periódicas. É possível testá-lo aqui.
- – Pix Automático – Permite a configuração de débitos automáticos via Pix, ideal para pagamentos recorrentes de valores fixos ou variáveis. O recebor pode definir o período de recorrência, o limite máximo por pagamento e a data de expiração da autorização, além de contar com a possibilidade de realizar novas tentativas em até 7 dias após a data de liquidação.
O Pix Automático oferece benefícios para ambas as partes, proporcionando comodidade e controle ao pagador, além de previsibilidade de fluxo de caixa e redução da inadimplência para o recebedor. No entanto, a conta recebedora deve ser obrigatoriamente uma conta PJ, e os pagamentos recorrentes são agendados com 2 a 10 dias de antecedência. Dentre suas aplicações estão: cobranças recorrentes, pagamentos de contas, parcelamentos, assinaturas e mensalidades.
- – Pix por Biometria – Com disponibilidade prevista para novembro de 2024 – e expansão gradual até fevereiro de 2025 -, o método que antes era conhecido como Jornada Sem Redirecionamento simplifica o processo de autorização de pagamentos online. O usuário pode confirmar a transação diretamente em uma interface terceira utilizando a biometria do seu celular, apenas sendo redirecionado para o app do banco no momento do cadastro, onde poderá também definir um limite de valor máximo por pagamento.
Uma experiência de pagamento semelhante ao “Comprar com 1 Clique”, mas com a instantaneidade do Pix e a segurança garantida pelo padrão internacional FIDO2 – padrão de autenticação forte utilizado pelas maiores empresas de tecnologia do mundo. Dentre suas aplicações estão: provedores de serviços de pagamento, carteiras digitais, marketplaces, pagamentos In-App e pagamentos conversacionais.
- – Pix por Aproximação – Também previsto para fevereiro do próximo ano, esse modelo se beneficia da Jornada Sem Redirecionamento para permitir que carteiras digitais adicionem o Pix como meio de pagamento por aproximação em maquininhas e pontos de venda (POS) habilitados com NFC, semelhante ao uso de cartões por aproximação.
O método oferece conveniência e familiaridade aos usuários, além de reduzir custos para lojistas com a liquidação instantânea e a redução de tarifas com intermediários. A regulamentação para provedores de máquinas POS está em andamento, e a disponibilidade inicial pode ser limitada a instituições e adquirentes que disponibilizarem o serviço em sistema fechado. Dentre suas aplicações estão: pagamentos em pontos de venda (POS), carteiras digitais e transações presenciais.
- – Pix Inteligente – Lançado neste ano, o Pix Inteligente representa a maior revolução do sistema de pagamentos brasileiro desde o lançamento do Pix. Também conhecido como Transferências Inteligentes, este tipo de Pix permite a configuração de regras para automatizar transações instantâneas entre contas de mesma titularidade.
Essa funcionalidade abre portas para a programação de transações baseadas em eventos, como identificação de saldo negativo em uma conta e o envio automático de fundos disponíveis em outra conta para cobrir cheque especial. A funcionalidade muda a forma como os usuários se relacionam com o aplicativo dos seus bancos, permitindo a integração de todas as suas contas em apenas um app.
Atualmente, as transferências são limitadas a contas do mesmo titular, mas a expectativa é que o escopo seja expandido para incluir também beneficiários cadastrados. Dentre suas aplicações estão: gestão financeira inteligente (PF e PJ), cobertura automática de cheque especial, investimentos inteligentes (maximização de rendimentos e investimentos automatizados), assistentes de pagamentos e até a criação de alternativas ao Cartão de Crédito.
Para Bresler, essa tecnologia mais recente do Open Finance cria um cenário competitivo para uma modalidade até então sem concorrência, o cheque especial.
“Tomando como exemplo sua usabilidade para cobertura do cheque especial, qualquer aplicativo de gestão financeira poderia ofertar uma conta para seu cliente com uma linha de crédito pré-aprovada para cobrir automaticamente contas negativadas nos concorrentes, criando seu próprio cheque especial desacoplado para todas as contas do cliente.
O resultado desta ‘portabilidade’: uma redução significativa das taxas de juros e possibilidade de escolha para o consumidor”. – Fonte e mais informações, acesse: (https://iniciador.com.br/).
