Os conflitos de ideias e culturas entre gerações sempre existiu e esse fato pode integrar ou fazer com que uma geração não seja compreendida pela outra. No ambiente corporativo, essas situações também existem. O relatório “Tendências de Gestão de Pessoas”, do Ecossistema Great People & GPTW, mostra que 51,6% do mercado de trabalho afirma ter dificuldade para lidar com as diferentes gerações e suas expectativas no mundo corporativo.
Quando as equipes não estão conseguindo atingir as metas ou entregas de projetos estipuladas pelo líder ou quando há um aumento no turnover no time, são sinais de que os times não estão “conectados” e talvez haja a necessidade de um profissional capaz de criar conexões com diferentes gerações.
Para um trabalho mais integrado e que todos participem e se sintam pertencentes à empresa, é essencial que os líderes sejam capazes de criar conexões com diferentes gerações, seja dos Baby boomers, Geração X, Millennials, Geração Y ou com a Geração Z.
Segundo Guilherme Spironelli, sócio da EXEC, empresa especializada em seleção e desenvolvimento de altos executivos e conselheiros, há situações em que a habilidade de criar conexões com diferentes faixas etárias pode ser crucial, como a implementação de um novo sistema para empresas.
“Nesse caso, é normal que sejam envolvidos no projeto profissionais especialistas em suas funções – normalmente aqueles com mais tempo de casa e eventualmente idade avançada – e jovens que possuem maior orientação sobre a tecnologia. Desta forma, cria uma equipe mista, que complementa habilidades”, explica Spironelli.
Ele complementa que o mesmo ocorre nas squads que trabalham na criação de novos produtos e, muitas vezes, combinam profissionais de diferentes faixas etárias para um objetivo em comum. Os profissionais conectores são aqueles que possuem uma combinação de habilidades interpessoais, emocionais e comunicativas e que conseguem se desenvolver muito bem com todas as gerações.
Esses profissionais têm a capacidade de ouvir atentamente diferentes pontos de vista, promover diálogos construtivos e integrar diferentes perspectivas em prol de um projeto ou qualquer objetivo comum Desta maneira, são como pontes que unem diferentes grupos e pessoas, conseguindo transitar entre profissionais seniores e juniores, adaptando a comunicação ao perfil de cada interlocutor.
O profissional chamado conector é fundamental para garantir a conexão, produtividade e a inovação dentro da empresa, pontos fundamentais que mantém a retenção de talentos e a diversidade. Segundo Guilherme, o ambiente de trabalho une diferentes faixas etárias, que possuem visões, hábitos, valores e experiências distintas. Saber conectar o melhor de cada uma delas irá criar um time respeitoso, colaborativo e crítico.
Guilherme elenca algumas dicas importantes para os líderes manterem bom relacionamento com diferentes gerações ao mesmo tempo e manterem suas equipes motivadas. Confira:
- Comunicação clara e adaptativa – A comunicação deve ser respeitosa e clara, alinhada à cultura e valores da companhia. É importante ser claro e objetivo na comunicação, se adaptar a linguagem de quem está ouvindo, possuir domínio no assunto que será comunicado e estabelecer canais de diálogo abertos permitindo que todos se expressem.
Além disso, o profissional deve ter firmeza para se posicionar, mas sempre com muito respeito com os outros profissionais. Também é essencial o profissional ter influência para exercer o convencimento com equipe sem desmotivá-los.
Ao entender as necessidades e anseios de cada geração, o líder conseguirá comunicar aos colaboradores o que é esperado de cada um deles, o que devem aperfeiçoar e quais pontos podem melhorar, auxiliando no desenvolvimento dos mesmos ao criar um ambiente seguro.
- Escuta ativa – Não só falar, mas também ouvir. Estes profissionais ouvem com atenção, buscando entender o ponto de vista de cada colaborador e captam opiniões e sentimentos, promovendo um diálogo mais participativo.
- Empatia – É de extrema importância tentar compreender as emoções, cultura e bagagem do outro, e entender os pontos de vista. A empatia traz um ambiente de respeito mútuo, no qual as diferenças não são descartadas, mas acolhidas como parte do processo colaborativo.
- Inteligência emocional – É essencial conhecer a si próprio e gerenciar suas próprias emoções e lidar com as emoções dos outros de maneira eficaz. “É preciso manter a calma em situações de conflito e ter a capacidade de desescalar tensões, promovendo harmonia no ambiente de trabalho”, destaca Spironelli.
- Visão integradora – Para esse profissional capaz de se conectar com diferentes gerações, Guilherme explica que é preciso ouvir e enxergar diferentes pontos de vista, que podem se complementar. Ao unir diversas perspectivas é possível criar soluções inovadoras e gerar resultados coletivos mais construtivos.
Ainda, tal visão deve trazer maleabilidade para conseguir fazer com que todas as gerações consigam “ceder” e se respeitar.
“Empresas que sabem se comunicar com diferentes gerações tendem a criar ambientes inclusivos e respeitosos, gerando maior colaboração entre funcionários e como são percebidos os valores da empresa. Além disso, aumenta o engajamento e satisfação do colaborador, cresce a sinergia entre áreas e negócios e melhora a experiência do cliente”, finaliza Spironelli. – Fonte e mais informações: (https://www.exec.com.br/).