Rogério Domingos (*)
A Inteligência Artificial (IA) generativa está crescendo rapidamente em 2024, mas, em paralelo às vantagens proporcionadas por essa tecnologia, as implicações globais para 2025 são ainda mais profundas e abrangentes. A IA generativa não apenas está transformando setores tradicionais, mas também levantando novos desafios em economia, trabalho, educação, privacidade e ética.
. Transformação do mercado de trabalho – A IA generativa está automatizando tanto tarefas repetitivas quanto criativas, como produção de textos, imagens e código, o que está reformulando o mercado de trabalho global. Segundo a PwC, até 2025, cerca de 30% das atividades laborais poderão ser realizadas por IA, afetando principalmente setores como atendimento ao cliente, publicidade, finanças e saúde.
Embora essa automação gere eficiência, ela exige uma requalificação massiva da força de trabalho. Profissionais precisarão dominar novas habilidades, trabalhando lado a lado com a IA para manterem a relevância. Na contrapartida, novas oportunidades também surgirão em áreas como ciência de dados, ética em IA e desenvolvimento de algoritmos.
. Impacto na economia global – A IA generativa tem o potencial de impulsionar o PIB global em mais de US$ 15 trilhões até 2030. Em 2025, países como Estados Unidos, China e membros da União Europeia, que lideram a adoção da IA, estarão à frente em inovação e produtividade.
Essas nações consolidarão competitividade no cenário mundial, enquanto países que não investirem em IA poderão enfrentar um aumento na desigualdade econômica e tecnológica – criando um cenário de “divisão digital”.
. Mudança nas relações de consumo e personalização em massa – Até 2025, esse recurso permitirá que empresas de todos os setores personalizem produtos e serviços em uma escala sem precedentes.
A capacidade de gerar conteúdos, anúncios e recomendações personalizadas será uma prática padrão para marcas globais; e essa “hiperpersonalização” terá um impacto direto na forma como os consumidores interagem com produtos, criando uma experiência mais envolvente e focada nas preferências individuais.
Por exemplo, grandes players do varejo, como Amazon e Alibaba, já estão testando IA generativa para criar descrições de produtos, anúncios e sugestões de compras personalizadas.
Para 2025, espera-se que essas tecnologias estejam tão integradas ao processo de compras que os consumidores receberão recomendações e ofertas feitas sob medida, ajustadas em tempo real com base no comportamento e nos dados de compra.
. Desafios éticos e regulatórios – Com esse “poder”, surgem também questões éticas importantes, como a criação de deepfakes e a disseminação de desinformação automatizada. Até o ano que vem, será decisivo que governos estabeleçam regulações claras sobre o uso dessa tecnologia a fim de evitar abusos.
Um exemplo claro dessa necessidade são países como Canadá e membros da União Europeia, que já estão trabalhando em legislações que abordam privacidade, transparência e responsabilidade.
Nos Estados Unidos, a preocupação de governos e empresas acarretou o desenvolvimento de iniciativas para garantir que a IA seja utilizada de maneira ética e inclusiva, mas é preciso entender que a complexidade desse cenário regulatório exigirá uma cooperação internacional.
. O futuro da IA generativa e suas implicações globais – Até 2025, a IA generativa estará tão integrada à economia global que a inovação e personalização serão praticamente automáticas para empresas que adotarem a tecnologia.
No entanto, as implicações globais vão além dos benefícios comerciais. A capacidade de uma empresa ou país capitalizar com a ferramenta dependerá de fatores como educação, infraestrutura e regulamentos.
Empresas que investirem em IA generativa estarão na vanguarda, oferecendo produtos e serviços mais personalizados e aumentando a eficiência operacional. Por outro lado, as preocupações com a ética, privacidade e segurança dos dados continuarão a ser desafios a serem superados.
A colaboração entre empresas, governos e sociedade civil é o segredo para garantir que a IA seja usada de maneira benéfica e segura para todos.
(*) – É Diretor Executivo e CDO da Actionline Untold (https://actionline.com.br/untold/).