David Braga (*)
A vida nada mais é do que aquilo que nos permitimos viver, e com todas as experiências, sejam elas boas ou desafiadoras, podemos tirar aprendizados ao longo do tempo. Discutimos muito sobre a felicidade, tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, e já se sabe que a felicidade é algo muito particular.
O que te faz feliz provavelmente não será o mesmo que me faz feliz. Por isso, o autoconhecimento é vital para que você possa entender quais lugares ou pessoas estimulam o seu melhor.
. Dê um passo por vez – Se pararmos para pensar, a vida é como degraus de uma escada, e sempre buscamos subir cada vez mais, acreditando muitas vezes que a felicidade está no topo. Com essa mentalidade, muitos se esquecem de apreciar a jornada e focam apenas no objetivo final.
E, na maioria das vezes, subimos sem perceber e continuamos a olhar para cima. Se estamos no terceiro degrau, já miramos no quarto, e assim a vida se torna um incessante processo de ascensão. Ou seja, o caminho é percorrido sem fazermos reflexões.
Quando focamos apenas no próximo degrau, deixamos de refletir sobre o que já conquistamos. O verdadeiro desafio não é apenas subir, mas compreender que cada passo traz uma nova perspectiva e lição. Muitos de nós, na ânsia de alcançar o “sucesso” ou a “felicidade”, caímos na armadilha de um esforço contínuo e mecânico, sem pausa para contemplar os frutos de nosso trabalho e as transformações ao redor.
. A vida é curta – A vida, como dizem, é curta, um sopro. Portanto, é essencial lembrar que não se trata apenas de subir mais um degrau. Se não olharmos para trás de vez em quando, perderemos a oportunidade de ver como as paisagens mudaram, como evoluímos e quais lições importantes aprendemos e ainda temos pela frente. Refletir sobre o passado nos ajuda a construir um presente mais consciente e um futuro menos baseado em metas inalcançáveis.
Esse ciclo vicioso de produtividade e cobranças constantes pode nos afastar do verdadeiro propósito de viver. Não somos apenas máquinas de entregar resultados. A vida é muito mais que isso. Precisamos encontrar equilíbrio entre buscar nossos objetivos e apreciar as conquistas já realizadas. Afinal, se a paisagem à nossa frente for sempre a mesma, é sinal de que talvez estejamos apenas repetindo padrões e não realmente evoluindo como indivíduos.
. É preciso ter atitude e ousadia – A vida nos oferece constantemente lições valiosas, mas para aproveitá-las plenamente, é necessário ter atitude e ousadia. A cada erro, surge uma oportunidade de aprendizado, pois é por meio das falhas que compreendemos nossa própria humanidade e imperfeição. Reconhecer que somos falíveis nos permite desenvolver resiliência e maturidade, aceitando os desafios como parte do crescimento pessoal.
Além disso, a maneira como vivemos está diretamente ligada às escolhas que fazemos. Ao adotar uma postura leve e positiva diante das dificuldades, somos capazes de transformar situações desafiadoras em oportunidades de evolução. Parte desse processo inclui selecionar as pessoas que fazem parte de nossa jornada e estarmos abertos a novas experiências. A abertura para o novo, mesmo que acompanhado pelo medo, amplia nossos horizontes e nos tira da zona de conforto.
O medo, por sua vez, é uma emoção natural e pode servir como um poderoso agente de reflexão. Ele nos alerta sobre riscos e nos obriga a analisar os caminhos com mais cautela, mas jamais deve ser um impedimento para a ação. Ao enfrentar o medo, damos um passo em direção ao crescimento, reconhecendo que a vida é feita de tentativas e aprendizados, e que a paralisia nos impede de alcançar todo o nosso potencial.
Saiba que olhar para trás, para os degraus da vida, não significa desistir de nossos sonhos, mas sim reconhecer o que já vivemos, celebrar nossas vitórias e aprender com nossos erros. Somente assim, subiremos os degraus com sabedoria, sem pressa, e com a certeza de que a felicidade não está apenas no destino, mas também na jornada.
(*) – É CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos (@davidbraga).