Médicos atendendo situações de emergência e urgência, premidos pelo tempo, às vezes precisam interpretar radiografias sem poderem esperar que um radiologista esteja disponível para interpretação mais precisa.
Vivaldo José Breternitz (*)
Os serviços de telerradiologia podem minorar problemas de disponibilidade de radiologistas, mas o surgimento de ferramentas de inteligência artificial capazes de interpretar imagens, talvez possam tornar mais rápidos e seguros os atendimentos de emergência e urgência.
Pesquisadores da Northwestern University estudaram o assunto e publicaram os resultados de suas pesquisas na JAMA Network Open, revista mensal publicada pela American Medical Association.
No âmbito do estudo, os pesquisadores desenvolveram um modelo de inteligência artificial e o testaram em 500 radiografias de tórax tiradas no pronto-socorro da Universidade; essas mesmas radiografias foram analisadas por radiologistas que atuam naquele pronto socorro e em serviços de telerradiologia.
A imagens eram de pacientes com idades entre 18 e 89 anos e as avaliações feitas pela inteligência artificial, pelos médicos do pronto-socorro e dos serviços de telerradiologia chegaram a resultados muito semelhantes, fazendo com que os autores do estudo concluíssem que, pelo fato de os relatórios da inteligência artificial poderem ser gerados segundos após a realização da radiografia, atendimentos em situações críticas podem se tornar mais eficazes.
Apesar dos resultados animadores, os pesquisadores recomendam mais estudos até que a nova ferramenta possa ser utilizada de maneira rotineira; há também a possibilidade de que a inteligência artificial seja treinada com mais casos, tornando-se, ao menos em tese, mais eficiente.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
