Rajesh Ganesan (*)
Depois de embarcar em uma jornada de transformação nos últimos anos para acompanhar as mudanças e oferecer uma melhor experiência ao usuário, quase todas as organizações brasileiras hoje são digitais. No entanto, nem todas alcançaram o mesmo resultado. É aqui que entra em jogo a maturidade digital.
Embora investimentos consideráveis tenham sido feitos para melhorar a infraestrutura tecnológica por meio da Computação em Nuvem, Inteligência Artificial e Machine Learning, a maturidade digital continua sendo um desafio para as organizações. No Brasil, de acordo com a pesquisa realizada em 2022 pela ABDI e FGV, 66% das micro e pequenas empresas estão em estágio inicial da maturidade digital.
Ao contrário do que muitas pessoas dizem, a maturidade digital não é um destino ou um objetivo final. Prefiro pensar nela como um estado de ser ou um plano superior de consciência. Uma empresa que consegue antecipar de forma consistente as perturbações e preparar-se para o futuro, se destaca no mercado.
Sendo assim, como as corporações podem atingir esse tão sonhado cenário? A resposta é simples: por meio de melhores estratégias.
Para alcançar essa resiliência, é preciso estar em um nível muito alto de consciência das suas capacidades, reduzindo o tempo de problemas e respondendo corretamente às situações. É uma busca constante pela inovação, sustentabilidade e acima de tudo, excelência.
Para atingir esse importante desenvolvimento, há sete características que precisam ser incorporadas: preparo digital, inteligência, confiança, segurança, resiliência, experiência e inovação.
. Preparo digital – A sua força de trabalho está preparada atualmente? Cada pessoa no ambiente organizacional, independente da sua função ou cargo, precisa estar pronta digitalmente para atender as necessidades do mercado. No mundo globalizado e altamente acelerado em que vivemos, essa transformação é inevitável para qualquer negócio, já que algumas empresas preferem tomar atalhos ao invés de tornarem-se digitais, o que não é uma boa estratégia.
Quando o pensamento centrado no digital é aplicado a todos os elementos do negócio, é dado o primeiro passo para a maturidade. Assim, uma empresa garante que pode operar em qualquer lugar, servindo clientes de diferentes verticais, em qualquer local e com soluções que são abrangentes e robustas, mas que também podem atender a interesses e necessidades específicas.
. Inteligência – Como todos os negócios são orientados por dados, a maioria das empresas tem suas informações espalhadas por vários sistemas diferentes, para qualquer processo ou tomada de decisão. Mesmo utilizando IA, a ferramenta não oferece milagres. Para que sua infraestrutura tecnológica seja clara e assertiva, é preciso ter inteligência e governança de qualidade em suas estratégias de negócios, para que os resultados finais sejam maduros e efetivos em suas operações.
A inteligência é a pedra fundamental na hora de entregar soluções que satisfaçam as necessidades dos clientes, além de desenvolver novas ferramentas, investimentos e pesquisas.
. Confiança e Segurança – O conceito de zero trust é mais atual do que nunca e, tal como outros aspectos, deve ser parte integrante do percurso rumo à maturidade digital. Na sua organização, as pessoas ainda precisam pedir autorização? Ao tomar medidas, é necessário procurar a confiança?
A verificação é importante, mas também é necessário permitir que os profissionais façam o que é essencial nas estruturas internas para que a roda gire. Por isso, construa confiança na sua infraestrutura e também crie controles para estabelecer a segurança nos sistemas, assim caso alguém cometa algum erro ou abuso, imediatamente os superiores serão alertados.
. Resiliência – Como empresas digitais, estamos constantemente sob ataques ou incidentes como aconteceu com o CrowdStrike e pode voltar a ocorrer. Por isso, proteger os dados, sistemas e outros mecanismos operacionais de uma empresa deve fazer parte da rotina. Com que rapidez sua empresa pode se recuperar?
É preciso avaliar a sua organização, investindo em resiliência sustentável e IA generativa, impulsionando a digitalização e o fluxo de trabalho, cobrindo efetivamente todas as funções. Dessa forma, as empresas estarão mais preparadas para mudanças repentinas e serão mais eficientes na tomada de decisões baseadas em dados.
. Experiência – Todos os que fazem parte do ecossistema da força de trabalho, podendo ser fornecedores, parceiros, funcionários ou até mesmo clientes, precisam ter uma boa experiência digital.
Disponibilizar mecanismos, exercícios e auditorias para estabelecer essas conexões genuínas é a chave para ter a aproximação e atender as expectativas, aumentando a satisfação e fidelização. As empresas com este elevado nível de maturidade digital estão preparadas para oferecer as melhores experiências aos seus clientes e consumidores.
. Inovação – Não inovamos só pelo fato de inovar. É essencial ter um processo maduro no qual a inovação flui livremente por toda a organização, fomentando uma cultura inovadora e inspiradora.
As organizações que tem essa maturidade digital conseguem ser mais ágeis, tem uma maior governança e a sua jornada organizacional é mais adaptável e focada no aprendizado contínuo, levando a revolução tecnológica e um futuro digitalmente próspero.
(*) – É Presidente da ManageEngine (https://www.manageengine.com/br/).