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Drex: como será feita uma operação de venda de título público tokenizado

em Mercado
quinta-feira, 18 de julho de 2024

Alésia Kozik_Pexel_CANVA

De um lado, o banco A com seu respectivo cliente A, exercendo o papel de comprador. De outro, o banco B com seu cliente B, atuando como vendedor. A transação diz respeito à compra e venda de um título público tokenizado na plataforma do Drex, a moeda digital brasileira.

Para viabilizar essa transação, mais precisamente o processo chamado de “entrega versus pagamento (DvP)” para tokens de títulos públicos, há o orquestrador denominado SwapEscrow, que poderá ser exercido pela solução de privacidade Starlight, criada pela EY e em testes pelo Banco Central.

Essa transação mencionada se efetiva com a transferência do título do cliente B para o cliente A, por meio da sua liquidação atômica (em segundos) com o depósito de reais digitais para o cliente B. A liquidação atômica consiste na propriedade sendo transferida ao mesmo tempo do recebimento do recurso pago por ela, com a transação efetivada por meio do real digital tokenizado.

“O objetivo do Starlight é garantir a privacidade a fim de respeitar a LGPD e as regras de sigilo bancário sem perder a eficiência nessas transações. O SwapEscrow é um smart contract ou contrato inteligente que dá a possibilidade, portanto, de escrever as regras de negócio em um software. Os reais digitais e os títulos tokenizados de uma transação estão depositados no mesmo contrato inteligente”, explicou Thamilla Talarico, sócia-líder da área de blockchain e cripto da EY, que palestrou em painel realizado pela EY na Febraban Tech 2024.

Ainda segundo a executiva, o orquestrador fará todas essas ações para viabilizar a transação, possibilitando que os sistemas dos bancos envolvidos interajam. “O SwapEscrow usa técnicas criptográficas por meio do protocolo ZKP (zero-knowledge proof) para não tornar públicos os dados envolvidos, como os clientes que estão transacionando e a carteira em questão. É uma espécie de capa de privacidade aplicada a essas informações”.

. Segunda fase de testes – O Banco Central iniciou neste mês de julho a segunda fase do Piloto Drex, etapa de testes para a realização de operações com a moeda digital brasileira. A expectativa é que o Drex seja lançado em 2025 ou 2026, já que não há até o momento data definida para isso. Um dos principais desafios para o BC é conciliar a transparência própria da tecnologia blockchain com o sigilo bancário e a privacidade garantida pela LGPD.

“O Starlight não onera a infraestrutura dos bancos, dando facilidade para que eles se conectem. Hoje em dia, os bancos transacionam naturalmente, mas não fazem parte da mesma rede. No Drex, eles estarão em uma rede só, motivo pelo qual a privacidade também será importante nesse aspecto de garantir que o concorrente não tenha conhecimento do quanto estou transacionando e com quem”, disse Jeff Prestes, especialista em blockchain da EY, que também palestrou no painel da EY na Febraban Tech deste ano.

“Quando a proposta de compra do título é feita, somente o banco que recebe a proposta consegue visualizar o que está sendo oferecido e outras informações da transação”, completou.

Ainda segundo o especialista, há facilidade na operação com o Starlight, o que se mostra indispensável em um contexto em que as equipes de TI dos bancos estão sobrecarregadas com tantas inovações recentes para gerenciar como o PIX e o Open Finance.

“A proposta é que toda essa operação no contexto do Drex seja feita em uma blockchain única, diferentemente das outras plataformas que estão sendo igualmente testadas pelo BC, simplificando a vida de todos os envolvidos”, finalizou. – Fonte: Agência EY.