Em maio, as famílias paulistanas continuaram menos propensas às compras. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que mede a tendência dos lares de consumir no curto e no médio prazos, na cidade de São Paulo, caiu 0,8%, ao passar de 110,2 pontos, em abril, para 109,3 pontos, no mês seguinte. É o menor patamar desde agosto de 2023. No entanto, na comparação anual, o resultado ainda é positivo, visto que cresceu 9,3%.
O ICF varia de zero a 200 pontos, em que abaixo de 100 pontos significa insatisfação em relação às condições de consumo — e acima desse patamar, satisfação. A FecomercioSP acredita que o resultado foi influenciado pela inflação medida pelo IPCA, que pressionou o grupo de alimentos nos primeiros meses do ano. A alta foi sentida por todas as classes sociais. Tanto é que os lares que recebem acima de dez salários mínimos registraram uma queda de 1,1% na intenção de consumo em relação ao mês anterior.
Já nas famílias de menor renda, que recebem até dez salários mínimos, o índice recuou 0,7% atingindo 106,8 pontos, o menor nível desde agosto de 2023. Além disso, a percepção quanto ao futuro profissional tem se deteriorado. O subíndice de perspectiva profissional caiu 3%, ao passar de 119,3 pontos, em abril, para 115,7 pontos, em maio. Ao avaliar os últimos 13 meses, essa pontuação só é maior que o mês de maio de 2023, quando marcava 115,2 pontos.
Essa insegurança quanto à carreira impacta negativamente outros indicadores, como os de perspectiva de consumo e de momento para duráveis, que caíram 1,6%. Isso reforça que as famílias estão menos propensas ao consumo, principalmente de produtos de alto valor agregado. Todos os outros indicadores permaneceram estáveis: acesso ao crédito, nível de consumo atual, renda atual e emprego atual. Ainda assim, cresceram em comparação ao mesmo período do ano anterior, motivado pelo aumento da renda e pelo mercado de trabalho “aquecido” (AI/FecomercioSP).