O principal objetivo das operações de M&A é aproveitar a sinergia entre diferentes negócios para criar uma nova empresa cujo valor exceda a soma de suas partes.
Essas estratégias, que incluem aumento de receitas, redução de custos, diversificação de mercados e produtos, e proteção contra ações de outros grupos em rápido crescimento, permitem às empresas alcançar um crescimento acelerado e adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado e às inovações tecnológicas.
Um estudo realizado com dados da TTR aponta o Brasil como líder em operações de M&A na América Latina, seguido pelo México e Chile. O país é atrativo para essas operações devido à sua vasta e diversificada economia, que oferece numerosas oportunidades em setores variados, desde commodities até tecnologia e serviços. A presença de um mercado interno em expansão também atrai investidores interessados em capitalizar sobre o aumento do consumo.
Apesar de uma redução de 17% nas operações em 2023 em comparação ao ano anterior, as fusões e aquisições permanecem fundamentais para a estratégia de crescimento e adaptação das empresas brasileiras. Essa diminuição foi influenciada por incertezas econômicas globais e ajustes no mercado financeiro, mas as perspectivas para 2024 são otimistas. Espera-se que o M&A ganhe novo impulso com a estabilização da economia e a retomada da confiança dos investidores.
Segundo Franklin Tomich, Sócio da FT Aquisições e especialista na área, ‘As atividades de M&A tendem a desacelerar em tempos de incerteza ou volatilidade de mercado, porém, esses períodos podem gerar oportunidades para a aquisição de ativos mais “baratos” ou para fusões que resultem em uma consolidação estratégica’.
Este cenário confere à área de fusões e aquisições um papel estratégico e transformador no panorama empresarial brasileiro, pois permite às empresas não apenas acelerar o crescimento, mas também integrar novas tecnologias e soluções inovadoras para expandir seus negócios em um mercado cada vez mais competitividade.
No entanto, para que uma operação como esta tenha êxito e traga o crescimento esperado ao negócio é preciso estar devidamente preparado para compreender os riscos e capturar os valores esperados nas transações. De acordo com Tomich, esses processos podem ser longos e repletos de desafios, e, por isso, demandam um planejamento robusto e complexo.
‘O sucesso nas operações de M&A exige uma preparação minuciosa e implementação estratégica, tendo como principais pontos as complexidades contábeis, jurídicas e operacionais associadas a operação. Cada processo de M&A é único, envolvendo uma série de variáveis que podem influenciar significativamente tanto o sucesso quanto os riscos envolvidos para as partes. Além disso, é importante destacar a preocupação com a integração das culturas das organizações envolvidas e a mensuração inadequada de sinergias’, aponta o especialista.
Em uma complexa operação de M&A, cada etapa do processo é fundamental e deve ser meticulosamente respeitada. Desde a fase inicial de planejamento e busca por potenciais alvos até a due diligence, negociação de cláusulas de contrato e, finalmente, a integração pós-aquisição.
A due diligence, por exemplo, é um componente crítico no processo de M&A, servindo como um exame aprofundado que antecede qualquer fechamento de uma operação. Esta etapa é essencial para entender a verdadeira saúde financeira e verificar questões legais da empresa alvo.
“O objetivo é identificar riscos ocultos e avaliar se as sinergias, os resultados e projeções financeiras apresentadas são corretos. Sem uma due diligence meticulosa, a partes correm o risco de enfrentar surpresas desagradáveis pós-aquisição, que podem resultar inclusive em discussões com custos exorbitantes ou litígios prolongados”, explica.
Portanto, cabe observar que é fundamental que os empresários atuais não fechem os olhos para estas oportunidades e considerem a inclusão de M&A em seus planejamentos estratégicos, pois estas operações oferecem não apenas a possibilidade de expansão rápida e eficiente, mas também a capacidade de se adaptar às mudanças do mercado e à crescente competição global.
De acordo com Franklin Tomich, ‘Há inúmeros motivos para que duas companhias decidam combinar seus negócios. Entre os mais comuns, estão o ganho de poder de mercado, diversificação do portfólio e a oportunidade de aproveitar sinergias, tornando M&A uma estratégia fundamental para empresas que buscam crescimento acelerado e maior competitividade’.
Estas operações estão se tornando cada vez mais positivas à medida que o mercado vai amadurecendo e compreendendo melhor os benefícios da fusão e aquisição, ao mesmo tempo que entende a importância de conduzi-lo de forma estruturada e bem planejada, desde sua fase estratégica até a integração das empresas.