Juliana Wisnievski da Cunha (*)
Estudar fora e ter uma instituição educacional de grande peso no currículo é o sonho de muitos jovens e de seus pais, claro, que desejam garantir um futuro promissor para os seus filhos. O valor mais acessível de uma faculdade no exterior em cursos renomados como Medicina, por exemplo, é um dos fatores determinantes para a escolha de um intercâmbio estudantil.
Dados da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), comprovam o excelente momento que o setor vem passando, só em 2022, mais de 455 mil brasileiros viajaram para fora do país, em 2019 foram registrados 386 mil. Para este ano, a Belta estima crescimento de até 10% no setor de intercâmbio estudantil.
Dentre os destinos mais buscados para o intercâmbio na América do Sul, a cidade de Buenos Aires, na Argentina, tem sido um dos lugares mais desejados por motivos bem convincentes, como: é a cidade mais populosa do país, conta com uma excelente qualidade de vida, possui destaque positivo na segurança e eficiência do transporte público e é famosa pela gastronomia e cultura únicas, mas também é uma cidade agitada e não importa o dia da semana ou horário, sempre tem algo acontecendo na Paris da América do Sul.
Além de todos esses pontos positivos, em 2023 a QS – World University Rankings – avaliadora no setor de intercâmbio estudantil – elegeu Buenos Aires, uma das melhores cidades estudantis, assumindo a 23ª posição em uma lista com 140 países. E não é para menos, a capital abriga 5 polos de grande referência, sendo eles: Universidad de Buenos Aires, destacando-se como uma das 100 melhores do mundo; Universidade Nacional de La Plata; Universidad Maimônides; Fundación Hector Alejandro Barceló e Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales, sendo reconhecida como cidade apropriada para o intercâmbio estudantil.
Alguns fatores são decisivos para os que buscam estudar na Argentina, por exemplo: a ausência de vestibular, os cursos financeiramente mais acessíveis, a entrada no país apenas através de RG ou passaporte sem a necessidade de visto e o estudo de um idioma próximo ao português. Comprovando o crescimento de brasileiros que optam por estudar no país dos hermanos e reforçando tudo que foi dito, recentemente o Itamaraty divulgou que há cerca de 20 mil brasileiros estudando na Argentina, a maioria, cursam medicina.
Ouso dizer que esse fenômeno se dá com base em renomadas posições internacionais que o país é citado, destacando-o como um grande polo de instituições educacionais renomadas, sendo um dos mais procurados por alunos da América Latina. No entanto, se por um lado há crescimento comprovado e consecutivamente grande procura pela Argentina por quem deseja estudar na América do Sul, por outro lado, as fortes notícias sobre a situação do país têm causado uma onda de mitos a serem desmistificados, principalmente na área da economia, segurança, desenvolvimento e educação.
Em coletiva recente, a diretora do Departamento de Comunicações do FMI, Julie Kozack, elogiou o “progresso impressionante” no plano adotado pelo governo do presidente Javier Milei para a estabilização econômica da Argentina. A inflação tem caído mais rápido do que o esperado, no entanto, segundo Kozack é necessário continuar a “melhorar a qualidade” do ajuste fiscal. Ainda focando em quebrar mitos e notícias lidas apenas por seus títulos, no final do ano passado, Buenos Aires foi eleita, através da Economist Intelligence Unit, a melhor cidade da América do Sul para morar.
Na avaliação, estabilidade, infraestrutura, sistema de saúde, cultura e educação foram os parâmetros usados. E adivinha, a educação foi tema decisivo, levando a cidade argentina para o topo da lista. Esses são só alguns dos pontos, dentre os diversos que podem ser citados. É válido afirmar que não podemos apenas nos ater a títulos de matérias e com todos os problemas já enfrentados, Buenos Aires ainda vive, forte, bela, sendo uma terra de grandes oportunidades para estudantes que desejam cursar em outro país e agregar valor de vivência dentro de outras culturas.
A cidade é uma excelente oportunidade para contribuir com a formação de identidade dos jovens, além de fornecer bagagem de aprendizado, cultural e sobretudo, de formação. Há um incrível futuro para os jovens estudantes; enxerga-se as oportunidades dos futuros e renomados profissionais da área da saúde, que se formarão por aqui sob histórias lindas de perseverança e conquistas contribuindo para a saúde da Argentina ou do Brasil, com base na opção de exercer a profissão em um dos dois países.
(*) – Especializada em idiomas e fundadora e CEO da EducAR Intercâmbios, agência de intercâmbio voltada para graduação de medicina (https://educarintercambios.com).