O headhunter Marcelo Arone, especialista em processos de transformação e profissionalização de companhias, atenta para um ano em que a gangorra das contratações está em alta: “se em 2023, vivemos um tempo de correção da economia, 2024 pode ser o ano da virada. De cada 10 profissionais que receberão bônus este ano, 8 estão abertos a escutar novas propostas e, quem sabe, mudar o próprio caminho profissional”, garante ele.
Marcelo lembra que, no ano passado, o Brasil foi o país que mais se beneficiou dos investimentos externos, com 41% do total de valores estrangeiros que vieram para a América Latina, seguido por México, Colômbia e Chile: “estamos mais interessantes que a China e a Rússia, competindo com mercados mais jovens, como o próprio México e a Índia. Mesmo ante um mercado apreensivo, com cenários de conflitos mundiais, crescemos 2,9% no PIB”.
Ele lembra que, apesar dos pesares de um novo governo e de incertezas que a mudança no direcionamento da gestão causou, em 2023 tivemos boas contratações, vivemos uma certa dança das cadeiras causada pela busca de flexibilidade e, por isso, pelo aumento de contratações por projeto. “Outra herança da pandemia e do home-office: temos profissionais mais ocupados, hoje, com o seu bem estar profissional e pessoal no longo prazo”, confirma o especialista.
O headhunter lembra: com a volta dos IPOs – a bolsa, segundo os estudiosos, tem tudo para atingir sua máxima histórica em 2024 – e um foco maior dos investimentos estrangeiros, o Brasil deve viver um período de ainda mais crescimento. “Historicamente, anos de eleição são um ano de espera. Os mercados estão mais apreensivos, especialmente quando um novo governo entra no poder e precisamos entender qual será a lógica da economia.
A partir daí, temos, na sequência, um ano de organização seguido de um ano de crescimento, para então entrarmos em uma nova retraída, aguardando outras eleições. Estamos, hoje, vivendo esse terceiro momento, e já podemos traçar um perfil do mercado”, explica Marcelo.
Além de uma maior confiança no sistema e um otimismo, ainda que reservado, causado pelos novos perfis de investimento, a partir de 2024, ele acredita que teremos, muito provavelmente, uma maior senioridade no perfil das contratações: “isso significa que a busca por profissionais mais experientes e, portanto, ainda mais capacitados, deve aumentar. É hora de reter talentos e se preparar para contratar de forma assertiva”, revela.
E Marcelo também enfatiza: “com a promessa de crescimento, vem a necessidade de mais estratégia e de um posicionamento mais agressivo”. Nesse cenário, a experiência fala mais alto, com a necessidade de uma tomada de decisão mais rápida e, ao mesmo tempo, mais arrojada – o cavalo vai passar encilhado e as organizações precisam de profissionais que estejam aptos a agarrar as oportundidades.
Devem estar em alta mercados como Infratestrutura, Consumo, Serviços e Tecnologia, seguindo as tendências sos últimos anos.