A gestão de risco por componentes na comercialização de grãos é uma estratégia poderosa para os produtores, mas também pode ser um desafio devido à falta de conhecimento e aplicabilidade da técnica complexa. Historicamente, os produtores estão acostumados a negociar o preço fechado por saca, todavia, é importante destacar que cada saca, seja de soja ou milho, é composta por diferentes elementos: o indicador de preços global – com referência feita em Chicago, o custo logístico até o ponto de destino, o câmbio e o prêmio – que pode receber o fator de ajuste global e regional.
Além do conhecimento necessário, a negociação por componentes requer um controle cuidadoso para entender o nível de cobertura em cada elemento e onde as vendas estão sendo realizadas. Seja diretamente para compradores ou por meio de instituições financeiras, o controle e equilíbrio dos componentes determinarão o preço fechado por saca em reais.
O líder do time de inteligência da Biond Agro, Felipe Jordy, acredita no potencial da técnica: “A capacidade de negociar por componentes permite aproveitar e surfar em movimentos distintos. Por exemplo, em um contrato a fixar, o produtor pode fixar individualmente cada componente até o vencimento do contrato. Se, em determinado momento, o dólar não estiver favorável, mas o mercado de Chicago sim, o produtor pode executar a fixação de Chicago no momento mais oportuno para seus interesses e, em seguida, aguardar por melhores momentos para os outros componentes”, comenta.
O processo de aplicação da estratégia
O produtor rural brasileiro pode encontrar adversidades no tipo de comercialização. É necessário uma análise profunda para o desenvolvimento da técnica. O time de inteligência da Biond Agro começa a gerenciar o risco desde o planejamento pré-safra, que inclui aquisição de insumos, compreensão dos custos, elaboração do orçamento anual e análise inicial do mercado. Esse gerenciamento continua durante o plantio, com o início da comercialização para garantir os custos, e se estende até o último grão disponível pós-colheita.
“As barreiras que o produtor encontram nesse tipo de comercialização, vão de encontro com a proposta da Biond, utilizamos nossa experiência de mais de 24 anos em comercialização para dar recomendações simples e eficientes que ajudam o produtor a mitigar riscos e navegar a safra com muito mais segurança, trazemos boas práticas e ferramentas de gestão de risco aliadas a experiência de uma equipe com ampla bagagem em comercialização e trading”.
Análise de caso a casa para uma boa execução
A estratégia deve buscar sempre maximizar a rentabilidade do produtor, com foco na margem. O preço é uma consequência natural dessa abordagem. Sendo de extrema importância o conhecimento e demonstração de como se beneficiar com a negociação da estratégia de componentes.
“Vamos relatar o caso de um cliente localizado na região Leste do Mato Grosso do Sul. Em junho de 2023, fechamos um contrato de 1.200 toneladas (20.000 sacos de soja) para entrega em fevereiro de 2024. A primeira venda de componentes ocorreu em 23 de junho de 2023, quando vendemos o Chicago a 14,11. A segunda fixação foi em 13 de julho de 2023, com o prêmio. A terceira em 01 de agosto de 2023, com o dólar a R$5,15, e a última em 08 de agosto de 2023, com o custo. Foram quatro fixações distintas, em datas diferentes, para o mesmo contrato. Ao final, o cliente garante um preço de R$122,12 para a entrega em fevereiro de 2024, proporcionando uma margem de 15,3% ou R$16,25 por saco” elenca Jordy.
Isso ilustra o poder da comercialização por componentes. Compreender as necessidades do produtor, sua margem, analisar a visão de mercado para recomendar a melhor decisão, visando à rentabilidade é o melhor caminho para a execução da estratégia.