Renan Cardarello (*)
Com a evolução das tecnologias, o desenvolvimento da internet e a adaptação para dispositivos móveis conseguirem utilizar essa ferramenta para diversas finalidades, o mundo ficou mais conectado do que jamais poderíamos imaginar.
Nesse ambiente completamente ligado, a todo momento, pelas invisíveis linhas de informação, as formas de se utilizar os dados dos usuários foram avançando até formarmos a atual cultura data driven, que toma conta das estratégias de marketing digital das principais empresas que inovam o mercado.
Esses fundamentos criados, somados à curiosidade inata dos seres humanos, podem apresentar novas oportunidades jamais pensadas para a utilização dos meios físicos e digitais como um só. O marketing personalizado se caracteriza pelo rastreamento dos resquícios deixados na web pelos usuários, o que possibilita o estudo de comportamentos e hábitos de pesquisa de diversos grupos de pessoas.
Na prática, ele é muito mais do que apenas inserir o nome do cliente no mesmo e-mail de marketing que vai para toda a sua base de contatos, se tratando de alcançar a pessoa certa, com a mensagem certa, no momento certo, com as sugestões mais assertivas.
Segundo dados divulgados em pesquisa apresentada pelo Google, inclusive, foi constatado que metade dos consumidores dos Estados Unidos teriam interesse em ver um conteúdo personalizado enquanto estivessem fazendo compras – comportamento que também é apresentado em outros países, incluindo o Brasil.
Ao entrarmos no assunto de utilização de dados para guiar as ações de marketing das empresas, estamos falando de uma cultura data driven, ou seja, a tomada de ações sendo orientada por números, os quais já podem apresentar os possíveis resultados ao alinharmos essas informações com softwares que apresentam Machine Learning.
Ao ter explicado sobre esses dois pontos, é possível agora começar a falar sobre o assunto principal do texto, que é a atual sociedade e seu estado super conectado. As pessoas, em sua maioria, onde quer que estejam, estão com celulares em suas posses; a todo o momento checando notícias veiculadas no mundo digital.
Nesse sentido, uma vez que o ser humano do século XXI basicamente tem esse novo “órgão” acoplado ao seu corpo, por que não o utilizar como uma forma criativa e inusitada para criar experiências de marketing? Com os dados que a atual cultura data driven nos fornecem, pode-se saber onde as pessoas estão, em que momento do dia estão ali e talvez, até mesmo, o seu motivo para estarem ali.
Assim, podemos utilizar QR Codes, sensores de localização para o disparo de mensagens e, até mesmo, a realidade virtual, que surgiu há pouco tempo, mas já está sendo utilizada como uma forma de marketing digital que, por vezes, depende da curiosidade do usuário para agir. Dois exemplos que podem ilustrar a ideia são da Adidas. O primeiro é constituído pela campanha que utilizava a RA (realidade aumentada) para seu proveito.
No exemplo, em uma das principais lojas da empresa em Paris, a marca decidiu apresentar aos seus clientes um pop up nos dispositivos móveis para mostrar como eles reutilizavam plástico para fazer novos pares de tênis.
A outra ideia apresentada foi a de utilizar QR Codes para pessoas que estavam a caminhar perto dos pontos definidos como de interesse; o público interessado, então, escaneava o código e caía em uma Landing Page que focava na apresentação de materiais sustentáveis utilizados na confecção de seus novos pares na época.
Esse campo de integrações de plataformas e novas tecnologias está aberto para ser explorado pelas marcas que mais tiverem a iniciativa de se entrosar com as novas funções disponibilizadas pelos softwares e hardwares, para criarem anúncios interativos e personalizados que engajem cada vez mais os potenciais clientes, fascine e os fidelizem perante uma experiência memorável.
(*) – É CEO da iOBEE, Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia (https://iobee.com.br/).