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Política ‘Pague o Quanto Vale’ ganha força no setor cultural

em Mercado
sexta-feira, 15 de março de 2024

Não é de hoje que vemos propostas alternativas de pagamento no estilo ‘Pague O Quanto Quiser’ ou ‘Pague O Quanto Vale’. De cafés a restaurantes ao redor do mundo, passando por máquinas de livros nos metrôs de São Paulo e até hortifrúti, são diversos os estabelecimentos que convidam a sua clientela a decidir o valor pelo serviço ou produto que estão adquirindo.

A proposta pode ter um ar um tanto intrigante para alguns e gera reflexão. E é no setor cultural que esse assunto tem ganhado cada vez mais corpo no Brasil. Historicamente os artistas de rua adotam um modelo parecido, mas agora o que se vê são também companhias de teatro, espaços culturais e bandas alternativas propondo um novo passo para esse sistema.

A companhia de teatro independente Ave Lola, de Curitiba, foi uma das pioneiras na adoção da política ‘Pague O Quanto Vale’ e há 13 anos possibilita a entrada no teatro para todas as pessoas, independentemente de seu poder aquisitivo. “A política instiga uma reflexão sobre o valor da arte, possibilitando que as pessoas expressem suas percepções de forma concreta. E isso contribui diretamente para a manutenção da trupe”, conta Ana Rosa Genari Tezza, fundadora e diretora da Ave Lola.

“Antes de cada apresentação é feita uma fala sobre a política de pagamento de ingresso. Buscamos deixar o público à vontade e mostrar que esta escolha preza por um equilíbrio entre o poder e o querer no que diz respeito à remuneração do nosso trabalho”, conta.

Relatos como os da Ave Lola reforçam que, além de funcionar como um posicionamento político, que desafia um modelo tradicional de cobrança e busca educar o público, sistemas como esses ajudam a democratizar o acesso à cultura. Da mesma forma, podem se mostrar uma alternativa economicamente possível e sustentável para muitos negócios e iniciativas culturais, que enfrentam desafios diversos.

O ‘Pague O Quanto Vale’ se apresenta como um mecanismo eficiente para ampliar o número de pessoas na plateia sem deixar de lado o aspecto econômico. Assim, pessoas que podem pagar mais compensam aquelas que podem pagar menos. – Fpnte e mais informações: (https://avelola.com).