Explorar as profundezas do oceano em prol do avanço tecnológico pode desempenhar um papel crucial para o progresso da tecnologia. Em um mundo onde a tecnologia tem se expandido em ritmo acelerado, a busca constante por novas fronteiras para a inovação tem sido inevitável.
Desde a conquista da lua até o envio de sondas e satélites para outros planetas, o ser humano tem demonstrado a cada dia uma capacidade de tentar superar os limites do conhecimento e da tecnologia, agora também no oceano.
Contudo, a relação entre o setor de telecom com o fundo do mar não é de hoje. Já velhos conhecidos, os cabos ópticos submarinos têm sido responsáveis por transportar, a algum tempo, enormes volumes de dados a velocidades impressionantes através dos sete mares, proporcionando assim, uma finalidade nobre: conectar continentes, possibilitando uma comunicação instantânea entre pessoas e o acesso quase que irrestrito à rede mundial de computadores, a internet.
No Brasil, a cidade de Fortaleza tem se destacado de forma positiva quando o assunto é cabeamento submarino. Para se ter uma ideia, hoje, a capital do Ceará já conta com 17 cabos ópticos introduzidos no fundo do oceano Atlântico e que estão em pleno funcionamento, o que a coloca como um verdadeiro hub tecnológico estratégico no País.
“Esses cabos ópticos submarinos, que têm funcionado de forma efetiva para conduzir internet de um continente a outro, ilustram bem sobre a realidade de se ter a tecnologia e a natureza trabalhando juntas de maneira eficaz e harmoniosa”, comenta a CEO da Fibracem, Carina Bitencourt, uma das principais indústrias especializadas no setor de comunicação óptica no Brasil.
. Próximo passo: um mergulho para a inovação – Ainda assim, a evolução não deve parar por aí. Uma das fronteiras intrigantes que pode ser a próxima a ser ultrapassada e que deverá ilustrar bem o avanço tecnológico é a possibilidade de instalar data centers no fundo do mar. O que antes poderia parecer ‘coisa de ficção científica’, talvez já não seja mais.
Em 2015, por exemplo, a empresa Microsoft içou pela primeira vez um data center nas Ilhas do Norte e agora, recentemente em 2023, a China colocou uma mega estrutura a 35 metros abaixo do nível do mar. Explorar as profundezas do oceano em prol do progresso tecnológico vem sendo enxergada como uma atividade impressionante e capaz de desempenhar um papel crucial no avanço da tecnologia de transmissão e armazenamento de dados.
De acordo com Carina, isso porque as águas profundas fornecem um ambiente naturalmente frio, o que resolve a principal questão em relação à proteção da infraestrutura: o resfriamento do equipamento de forma eficiente. Entretanto, entra em cena uma outra questão que precisa ser respondida: como seria a conectividade entre as empresas e seus dados que estariam arquivados nos chamados Underwater Data Center (UDC)?
“A proximidade de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, entre outras regiões ao litoral, significaria menos latência na transmissão de dados, o que é crucial para serviços online em tempo real como streamings e plataformas de jogos”, responde a CEO da Fibracem.
. Popularização tecnologia pode levar tempo – Ainda que a instalação de data centers no fundo do mar possa ser vista como mais um importante passo desta jornada de exploração que envolve oceanos e tecnologia, no entanto, a sua popularização pode levar tempo e estar longe de se tornar, de fato, uma realidade concreta, especialmente no mercado brasileiro de telecomunicações.
“A infraestrutura necessária para construir e manter um data center subaquático é complexa e também cara. Além disso, há desafios técnicos significativos a serem superados, como garantir a segurança dos dados em um ambiente tão hostil e inacessível”, finaliza Carina Bitencourt. – Fonte e mais informações: (https://www.fibracem.com).