O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), registrou o segundo aumento consecutivo em fevereiro, subindo 2,4%e, com isso, atingindo 109,7 pontos. descontados os efeitos sazonais. Apesar da melhora, o indicador ainda está 4,9% abaixo do que registrava no mesmo período do ano anterior.
A confiança dos varejistas em relação às condições atuais da economia teve o maior crescimento mensal, de 8,5%. No comparativo anual, no entanto, foi o que mais caiu, com redução de 18,8%. A análise das condições atuais do setor teve o segundo maior avanço: 5,6% de aumento no mês e no ano; entretanto, uma queda de 17,2%.
As duas variáveis foram responsáveis pelo fato de o indicador das condições atuais – que avalia a economia, o setor e a empresa – ter tido o maior crescimento mensal, de 5,7%, apesar de ser o único ainda abaixo da zona de satisfação. Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, “a confiança do setor está crescendo, mas ainda há desafios a serem superados, como o alto custo do crédito e a inadimplência. A priorização do consumo em bens essenciais também é um fator a ser observado”.
O indicador que mede as expectativas dos comerciantes teve incremento de 1,8% no mês, além de apresentar a primeira taxa anual positiva (+1,9%) desde novembro de 2022. Todos os subitens (expectativa em relação à economia, ao setor e à empresa) estão acima do nível de satisfação e são os únicos em condições superiores às de fevereiro de 2023. A expectativa que mais subiu é a referente à economia: o aumento mensal foi de 2,6%, e, no ano, o crescimento foi de 4,4%.
Mas o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, alerta que, apesar do otimismo com o futuro, os varejistas ainda enfrentam desafios. A taxa de juros para empresas, embora tenha diminuído em relação ao ano passado, ainda está alta (18,4%). Além disso, a inadimplência das empresas aumentou de 2% para 3,5% entre dezembro de 2022 e 2023, dificultando o acesso ao crédito (Gecom/CNC).