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Robotáxis Cruise voltam a operar – com motoristas

em Tecnologia
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

A Cruise é uma empresa vinculada à General Motors que pretende explorar os serviços de táxis autônomos, conhecidos como robotáxis, tendo iniciado suas operações com foco nas cidades de San Francisco, Dallas e Houston.

Vivaldo José Breternitz (*)

Em outubro passado, um desses veículos atropelou e feriu gravemente uma mulher em San Francisco; o acidente foi mais um dentre os diversos causados pelos robotáxis, o que levou as autoridades a proibirem a circulação dos mesmos no estado da Califórnia. Logo em seguida, a Cruise demitiu quase um quarto de seus funcionários, alguns deles do alto escalão, indicando uma paralisação definitiva dos seus serviços.

Agora, a Bloomberg relata que a Cruise está se preparando para voltar a operar “nas próximas semanas”, possivelmente em Houston e Dallas, mas com motoristas, não mais como robotáxis.

Segundo a empresa, ainda não foi fixada a data para a retomada dos serviços, mas o objetivo, segundo Pat Morrissey, porta voz da empresa, é “ relançar nossos serviços com veículos conduzidos manualmente e testes supervisionados, o mais rápidamente possível”.

Ainda segundo Morrissey, a empresa está tomando medidas para reconquistar a confiança do público e das agências reguladoras, estando em andamento reuniões com autoridades para discutir o assunto, coletar informações e compartilhar atualizações de suas tecnologias.

A segurança está se revelando ser o calcanhar de Aquiles dos veículos autônomos: um carro do Uber matou uma pessoa nos Estados Unidos, levando a empresa a abandonar a ideia de usar veículos autônomos e a esperança de que em alguns anos não precisaria mais de motoristas, maximizando seus lucros.

Também a Tesla, que afirmava que alguns de seus veículos dispunham de software para “direção totalmente autônoma”, enfrenta diferentes processos judiciais, depois de diversas mortes causadas por seus veículos dotados dessa funcionalidade.

A melancólica volta dos robotáxis, pilotados por motoristas, mostra como a ideia de um grande número de veículos autônomos nas ruas ainda está longe de se tornar realidade.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].