Ricardo de Luca (*)
Diante da expressiva produção de aquecedores solares no Brasil, que alcançou 1,78 milhão de metros quadrados em 2022, de acordo com dados da Abrasol, um material ganha destaque: o Cobre. Esse mercado em franco crescimento representa uma oportunidade estratégica para a expansão do investimento em soluções e inovações que envolvam o uso do metal, a fim de otimizar a eficiência e a durabilidade dos sistemas de aquecimento solar, contribuindo para o avanço da energia renovável no país.
Isso porque, sendo uma das principais matérias-primas e um elemento chave em diversas aplicações dentro desses sistemas, o Cobre desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do setor de aquecimento solar graças a suas características únicas, como a excelente capacidade de condutividade térmica e elétrica, que o torna ideal para transferência eficiente de calor nos coletores solares. Essa propriedade contribui para a eficiência operacional dos sistemas, permitindo a rápida absorção e distribuição da energia solar.
Outra característica fundamental do metal é a alta durabilidade e resistência à corrosão, fatores cruciais em ambientes externos e sujeitos a variações climáticas. Assim, a durabilidade do Cobre assegura uma vida útil prolongada aos componentes, resultando em sistemas de aquecimento solar mais confiáveis e de baixa manutenção.
A importância do Cobre no setor ainda se dá por sua maleabilidade e facilidade de manuseio, que permite a fabricação de tubulações e componentes com formas específicas, facilitando a integração em diferentes configurações de sistemas de aquecimento solar e proporcionando flexibilidade do design até a instalação. Em um mercado cada vez mais atento às questões ambientais, o metal também sai à frente pela sustentabilidade, já que é um material reciclável.
Assim, a utilização do Cobre contribui ainda para a redução do impacto ambiental, reforçando a posição do setor como uma alternativa verde e eficiente. Além de suas propriedades únicas, o Cobre oferece também a versatilidade de utilização em diferentes componentes, garantindo o funcionamento eficiente e duradouro dos sistemas de aquecimento solar e consolidando-o como um material essencial nesse mercado.
Quando se trata de coletores solares, o Cobre é frequentemente empregado na fabricação de tubos absorvedores, cuja função é absorver a radiação solar e transferir o calor para o fluido térmico, desempenhando um papel central na eficiência do sistema. Já tubulações e conexões feitas de Cobre são utilizadas para transportar o fluido térmico que absorve o calor dos coletores solares. Nesse caso, a característica de resistência à corrosão do metal é fundamental para garantir a durabilidade e a eficiência ao longo do tempo.
O material ainda pode ser utilizado na fabricação de componentes de troca térmica, como serpentinas e trocadores de calor, elementos responsáveis por transferir eficientemente o calor do fluido térmico para outros sistemas, como o aquecimento de água. Outra aplicação que demonstra a versatilidade do metal é em sistemas de armazenamento térmico, já que o Cobre pode ser empregado em tanques ou reservatórios que retêm o calor coletado durante o dia para ser utilizado posteriormente, contribuindo para a disponibilidade constante de água aquecida.
Já o Latão, liga de Cobre e Zinco, também é utilizado no setor devido a suas propriedades anticorrosivas, podendo ser empregado em válvulas, conexões e outros componentes que requerem resistência à corrosão. A escolha do melhor metal para os sistemas de aquecimento solar depende das características específicas requeridas para cada componente. Assim, as indústrias fabricantes avaliam fatores como resistência à corrosão, condutividade térmica e custo para selecionar o metal mais adequado para cada aplicação no contexto do sistema.
A excelente condutividade elétrica do Cobre também oferece vantagens significativas para o mercado de aquecimento solar, com destaque para a eficiência na geração de energia, já que o metal permite uma transmissão eficaz da eletricidade gerada pelos painéis fotovoltaicos ou outros dispositivos eletrônicos utilizados nos sistemas de aquecimento solar.
Além disso, a baixa resistência elétrica do metal resulta em menores perdas de energia durante a transmissão elétrica, fator crucial em sistemas que envolvem a geração de eletricidade a partir de painéis solares, em que a minimização das perdas é essencial para maximizar o aproveitamento da energia solar disponível.
Outro diferencial é a manutenção da eficiência da condução elétrica ao longo do tempo graças a resistência à corrosão, que assegura que os sistemas de aquecimento solar continuem operando com alto desempenho, mesmo em condições ambientais desafiadoras.
Para este ano, a expectativa da indústria metalúrgica é que o mercado de energia solar, incluindo o aquecimento solar, continue a crescer devido ao aumento da conscientização ambiental e à busca por fontes de energia renovável. À medida que a busca por soluções energéticas sustentáveis aumenta, o setor também espera uma maior demanda por metais em componentes de sistemas que integram tecnologias sustentáveis, como aquecimento solar, placas fotovoltaicas e armazenamento de energia.
Mudanças nas regulamentações e políticas governamentais ainda devem impactar as expectativas da indústria metalúrgica. Incentivos fiscais ou regulamentações favoráveis à energia solar podem impulsionar a demanda por materiais específicos, como Cobre.
Tendo em vista este cenário, ao considerar sua versatilidade e benefícios, a opção pelo Cobre no mercado de aquecimento solar, portanto, não apenas otimiza o desempenho dos sistemas, mas também promove uma abordagem mais sustentável e eficiente no aproveitamento da energia solar.
O metal é a garantia da condução de um futuro energético cada vez mais eficiente, durável e sustentável.
(*) – É Gerente de Engenharia de Processos e Produtos da Termomecanica, empresa líder na transformação de Cobre e suas ligas (https://www.termomecanica.com.br/).