Thiago Xavier (*)
Contratar profissionais alinhados à cultura, missão e valores da empresa é um fator essencial para compor um time qualificado, que una esforços rumo aos objetivos corporativos estabelecidos. Somado a isso, há uma grande necessidade por montar equipes diversas, visando não apenas o cumprimento de metas, mas a composição de visões mais heterogêneas para o negócio.
De frente para duas necessidades tão distintas, é comum o RH se sentir perdido em meio a qual caminho seguir. Na prática, não existe uma opção ideal, dependendo do momento e objetivo estratégico de cada empresa. O desafio está em conquistar um equilíbrio entre ambos, encontrando candidatos alinhados às necessidades de diversidade e às demandas culturais da empresa.
Obviamente, diversidade é um tema importante. Há uma clara consciência do mercado da importância desta pauta, construindo um ambiente de trabalho rico e diverso em termos de costumes, culturas, religiões, etnias. No entanto, em muitos casos, acabam se tornando apenas ideais que não conseguem ser, de fato, incorporados na cultura organizacional.
Por outro lado, também é preciso considerar que todo negócio passa por mudanças ao longo do tempo, o que também pode modificar seu fit cultural, que é dinâmico e não estático. Além disso, a determinação deste conjunto de valores e práticas internas de uma companhia vai muito além do que uma questão documental.
Ela representa um conceito muito mais amplo em termos de comportamento e modos de pensar, se refletindo como algo essencial para que a marca recrute colaboradores que estejam alinhados a essas questões, que se identifiquem com elas e, com isso, tenham mais chance de construir uma relação profissional sólida e satisfatória para um bom desempenho e produtividade.
O grande desafio do RH está em conciliar a composição de um time diverso, mas, ao mesmo, alinhado ao fit cultural. Este é um fator que traz mais assertividade para o processo seletivo, possibilitando um maior embasamento perante os recrutadores na tomada de decisão através de dados seguros referentes aos candidatos em questão – evitando, com isso, os prejuízos que uma contratação errada pode trazer para um negócio.
O fit cultural é importante de ser utilizado como fio condutor que ajuda a identificar diversos aspectos que nos aumenta o grau de consciência sobre o profissional a ser contratado. Ou seja, ele é um instrumento que reúne dados e informações relevantes a serem consideradas durante um processo seletivo, mas está longe de ser um instrumento determinante para tomada de decisão, pois é necessário compreender qual a intenção da organização ao escolher um determinado profissional.
Por outro lado, é importante destacar que diversidade não significa apenas um equilíbrio de gênero, raça e orientação sexual. Uma empresa diversa é aquela composta por pessoas de formações, crenças, lugares e opiniões diferentes, criando um verdadeiro mosaico de percepções, que permitem um senso crítico muito maior dada a pluralidade de visões de mundo.
Aos responsáveis pelo recrutamento e seleção, cabe a análise de todos estes pontos, visando contratar pessoas que possam complementar aquelas que já fazem parte da organização. Conhecer a fundo a composição do time atual e alinhá-las às necessidades de diversidade e ao fit cultural é o que faz a diferença em um processo seletivo de sucesso.
(*) – É sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção (https://wide.works/)