Pedro Signorelli (*)
Ao longo deste ano, as big techs passaram por inúmeros altos e baixos, tendo uma grande quantidade de saldos negativos em suas ações, que incluíram demissões em massa e perda de dinheiro. No entanto, na reta final de 2023, as empresas parecem estar se recuperando da queda que sofreram, trilhando um caminho para conseguirem ascender novamente. A prova disso é que mesmo depois de uma onda de demissões, as “Sete Magníficas”, grupo formado pelas empresas Nvidia, Tesla, Meta, Google, Amazon, Microsoft e Apple, tiveram altas de ações nos Estados Unidos, o que já é um demonstrativo de que são detentoras de grande poder.
Aliado a essa questão, destaco o fator ‘tecnologia’, que é utilizada por essas empresas para benefício próprio e também para aprimoramento da sociedade como um todo. O mais recente boom da Inteligência Artificial nas redes sociais pode favorecer muito essas bigs techs futuramente, visto que as ferramentas de IA aumentam a eficiência e diminuem os custos operacionais. Neste cenário, ao contrário dos últimos anos onde só ouvíamos falar de Google e Amazon, por exemplo, a Microsoft se destaca, já que vem investindo no OpenAI, com o objetivo de se tornar referência e estar à frente dos concorrentes.
E os lucros gerados pelo uso da Inteligência Artificial fizeram diferença no final. Companhias que avançaram no tema, viram o valor das ações crescer, mas quem não progrediu neste campo, sentiu o efeito contrário. Por outro lado, é preciso manter os pés nos chãos e não tomar decisões precipitadas para os negócios. Afinal, problemas como juros altos e risco de inflação continuam por aí e não somem de uma hora para outra, ou seja, existe a necessidade de planejamento, para que fatores externos não gerem tantos prejuízos.
Por essa razão, é compreensível que essas empresas queiram encerrar o ano com um saldo positivo, para que consigam passar a imagem de que está tudo sob controle, mesmo que algumas coisas ainda não estejam funcionando perfeitamente. Pois, para companhias deste nível, começar 2024 bem é um sinal de que estão em vantagem perante os demais. Neste contexto, é de conhecimento de muitos que as big techs já utilizam os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves), em seus planos de execução.
E é por terem domínio da ferramenta, que mesmo depois de duras quedas ao longo do ano, estão conseguindo se reerguer, mesmo que aos poucos.
Os OKRs são fundamentais quando falamos sobre alinhar com todos uma boa estratégia, com foco em resultados, e que funcione de verdade. Além disso, por causa dos ciclos curtos, geralmente de três meses, permitem ajustes frequentes, o que possibilita consertar erros, alinhar o plano de negócio às novas realidades do mercado, sensível a guerras, pandemia e a outros problemas que surgem na rota dos negócios, sem muitos avisos.
É preciso ter um processo estabelecido que gere aprendizado para os times, para que não cometam os mesmos erros do passado, e a organização evolua ao longo do tempo e se perenize, gerando cada vez mais valor para os clientes, consumidores e usuários de seus produtos e serviços. E este processo deve acontecer no curto prazo, neste ciclo de três meses. Desta maneira, as organizações vão navegar melhor por este mar de incertezas e mudanças que estamos imersos nos dias de hoje.
(*) – Especialista em gestão, com ênfase em OKRs. É responsável pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas (http://www.gestaopragmatica.com.br/).