O marketing de influência no Brasil cresce exponencialmente todos os anos, mas ainda existe uma grande necessidade de profissionalização para entender melhor a audiência, conquistar parceiros que tenham sinergia com os conteúdos oferecidos e monetizar os seus negócios
O Brasil é um dos principais mercados de marketing de influência global, sendo superado somente pela China e a Índia, tendo ainda um grande potencial de crescimento e uma forte necessidade de profissionalização dos talentos que atuam no setor, sejam eles influenciadores, criadores de conteúdo ou celebridades. Esta é a conclusão de uma série de conversas realizadas pela Awin, uma das maiores redes de marketing de afiliados do mundo, com alguns de seus afiliados nacionais.
“O mercado brasileiro ainda não tem muito bem definido a possibilidade de colaboração entre o marketing de influência e o marketing de afiliados, que são dois segmentos que andam juntos e se apoiam com o objetivo de alcançar o público-alvo e os possíveis compradores dos e-commerces parceiros, impactando os usuários certos e na hora certa, entregando projetos customizáveis, criativos e de forma assertiva e transparente”, afirma Beatriz Nadais, Gerente de Desenvolvimento de Parcerias da Awin.
Segundo ela, por esta razão, a empresa procura sempre apresentar aos seus afiliados os principais desafios e oportunidades existentes a fim de gerar novos cases de sucesso e apoiar a evolução da publicidade entre os influenciadores e as marcas parceiras e contribuir para a maior profissionalização dos negócios dos influenciadores, que produzem conteúdo qualificado para engajar seus seguidores nos mais variados temas, produtos e serviços.
Raphael Dagaz, sócio e fundador da Dagaz Influencer, parceiro da Awin, que representa 65 criadores de conteúdo, responsáveis hoje por mais de 110 campanhas simultâneas, participou de uma destas conversas e reforçou que hoje qualquer pessoa com acesso à internet, um celular na mão e um número significativo de seguidores pode ser um influenciador e com suas opiniões e conteúdo impactar o público. Para isto, o indivíduo só precisa divulgar aspectos de sua vida ou seus conhecimentos específicos sobre diferentes áreas, como moda, beleza, culinária, eletroeletrônicos, entretenimento etc.
“A questão é que produzir conteúdo de qualidade demanda tempo e dedicação e, em muitos casos, tem um custo que precisa ser remunerado. Por isso, é preciso que o influenciador ou criador de conteúdo enxergue sua rede social, blog, vlog ou podcast como um negócio, que precisa ser viabilizado e sustentável a médio e longo prazos”, explica Dagaz. Ele alerta ainda que as opiniões expressas exigem responsabilidade e comprometimento com os seguidores, pois podem resultar em ações ou consequências nas vidas das pessoas e o influenciador precisa entender seu papel nisto e ser cuidadoso e eficaz em relação ao que e como comunica.
Para Dagaz, esse comprometimento da pessoa com sua rede de influência independe se ela se considera influenciador, criador de conteúdo (creator) ou se é uma celebridade que quer se aproximar de seus admiradores. Isso porque as marcas hoje procuram influenciadores que tenham credibilidade e sejam bem-conceituados, prontos a desenvolverem ações de marketing diversificadas e criativas. “Ser um influenciador pode ser uma boa opção de carreira, mas demanda trabalho sério, propósito, planejamento, conteúdo qualificado e compreensão profunda do target (público-alvo), que se quer atingir”, enfatiza o executivo.
A Awin auxilia seus afiliados, sejam eles influenciadores ou as demais mídias, a definir estratégias eficientes e assertivas que sejam sinérgicas com as demandas dos anunciantes também inscritos em sua plataforma tecnológica. “Nós estimulamos a profissionalização dos influenciadores independente do seu tamanho, podem ser nano, com apenas 10 mil seguidores, mas ao se afiliarem a Awin, passam a projetar melhor como monetizar seu perfil, o impacto que tem junto aos seguidores e os resultados que são capazes de gerar com suas ações, o que dá a oportunidade de se aperfeiçoar constantemente. A jornada do usuário é rastreada desde o primeiro clique até a compra dentro do e-commerce, nos dando dados e tendência do público desse influenciador, e também trazendo insumos necessários para apresentar ao anunciante sobre a performance das ações”, ressalta Beatriz.
Quais são as demandas dos anunciantes para os influenciadores hoje?
As demandas dos anunciantes para os influenciadores e criadores de conteúdo atualmente são as mais variadas. De acordo com Dagaz, quando as marcas, agências de publicidade e de relações públicas procuram pelos influenciadores para a realizações de campanhas, elas têm como principais objetivos:
• Lançar novos produtos ou aumentar awareness por meio de campanhas sazonais para as quais pedem a seleção de 10, 50 ou 300 influenciadores de nicho capazes de atingir a audiência desejada por target (nicho, região, gênero e faixa etária)
• Contratar castings de talentos para campanhas de longo prazo com o intuito em geral de construir ou fortalecer uma marca ou aumentar a consideração de compra de um produto ou contratação de um serviço. Os benefícios dessa opção são o aumento de alcance do engajamento, com a possibilidade de impactar a audiência de várias formas diferentes, maior possibilidade de cocriação devido ao maior conhecimento mútuo entre os influenciadores e anunciantes. Além disso, é possível entender o que funciona melhor junto à audiência ao longo do tempo para gerar melhores resultados e entender a jornada de compra.
“Nós acreditamos muito nesta relação de médio e longo prazos, pois a cocriação é algo que os influenciadores valorizam muito, pois eles precisam compreender aonde as marcas querem chegar e de que forma. Só assim o conteúdo feito para divulgar a marca pode ser expresso em sua própria linguagem de forma natural e interessante para a audiência, gerando maior engajamento e performance como é o objetivo da marca”, destaca a executiva da Awin.
Dagaz completa dizendo que “este é um desafio porque a marca por sua vez precisa ceder poder ao influencer ou creator para que utilize sua própria forma de expressão, pois é fato que a marca em sua linguagem e fala na mídia tradicional diretamente com o consumidor, mas se tentar transferir isto para as ações de influência não vai funcionar, porque vai parecer algo falso ou forçado para os seguidores.”
Por isso, a profissionalização é fundamental, porque quanto mais o talento conhece o seu potencial de influência e de geração de negócios para marcas, melhor ele consegue se vender e entender como pode contribuir para ampliar as vendas de produtos e serviços de marcas que se identifiquem com o seu tipo de comunicação/influência. “Como agência que administra os negócios de 65 profissionais de influência e criação de conteúdos, nós sabemos que só é possível para eles representarem e trabalhar para marcas que se identifiquem com os seus conteúdos e linguagem, assim como o anunciante precisa encontrar os criadores de conteúdo que se casam em harmonia com suas marcas. Quando esta sinergia acontece, aí o negócio é possível e será produtivo a curto, médio e longo prazo”, comenta Dagaz.
Beatriz concorda que se o casamento de ideias entre influenciador e anunciante é harmônico e a estratégia da cocriação atinge as expectativas e gera ganhos para ambas as partes, ou seja, de monetização, rentabilidade, sustentabilidade a longo prazo. “Neste aspecto, a afiliação é fundamental porque garante para influenciadores e criadores uma receita contínua, com controle eficaz, que traz ainda relatórios detalhados, com os números de acesso/alcance, didatismo do conteúdo oferecido, volumes de vendas e faturamentos gerados pelas ações para os anunciantes, entre outros. Estas informações ajudam a otimizar as ações e aperfeiçoar o conteúdo e os negócios de modo contínuo e eficiente, algo essencial para se ter uma postura profissional e ser respeitado como tal”, salienta Dagaz.