Aproximadamente 69% dos consumidores gostariam que os produtos tivessem informações mais detalhadas para que eles possam entender melhor o posicionamento da marca, segundo estudo da Food Industry Association
Waldir Bertolino (*)
As pessoas tinham mais confiança na procedência de seus alimentos quando esses produtos eram vendidos diretamente pelos produtores locais, isso tornava a rastreabilidade simples e direta. Atualmente, com a globalização e a expansão das cadeias de alimentos, a identificação da origem dos alimentos ficou mais segmentada e complexa, por isso é importante que as informações sobre segurança e procedência estejam disponíveis para os consumidores.
Segundo a pesquisa “Origem Importa”, encomendada pela empresa neozelandesa Oritain, especializada em certificação de alimentos e produtos, 92% dos consumidores brasileiros querem saber a origem dos alimentos que levam à mesa. Os dados do levantamento, divulgado no primeiro trimestre deste ano, também mostram que os fabricantes que informam a procedência de seus produtos são bem avaliados por mais de 90% dos consumidores.
Transparência das informações
Além da rotulagem convencional e padronizada, os consumidores buscam por informações bem mais específicas. A transparência sobre a procedência dos alimentos se tornou um diferencial de mercado. Saber em que país o alimento é produzido, qual é a fazenda, quão sustentável é a produção, se são utilizados agrotóxicos e a maneira que os animais são tratados, são só algumas das questões que precisam estar na ponta da língua dos produtores e, também, nas embalagens.
Um relatório disponibilizado pela Food Industry Association (FMI) e pela NielsenIQ afirma que 72% dos compradores consideram a transparência das informações extremamente relevante na hora de comprar um produto.
Sabemos que a transparência tem um preço alto para os produtores. Mas, com o avanço da agenda sustentável no mundo dos negócios conquistando um espaço cada vez mais expressivo, os produtores de alimentos precisam se adaptar para cumprir as exigências dos clientes e varejistas, o que tornará o consumo consciente uma prática mais acessível.
Benefícios da rastreabilidade
A rastreabilidade implementada ao longo de toda a cadeia de alimentos garante não só a procedência do produto que será consumido, mas também um controle da produção e a organização dos armazéns e centros de distribuição. Listo abaixo cinco motivos para as lideranças investirem na rastreabilidade dos alimentos e se destacarem no mercado:
Localização em tempo real: As mesmas vantagens do rastreamento de roupas, brinquedos e peças de carro se encaixam no ramo alimentício. O monitoramento inteligente reduz o gasto e o trabalho com o mapeamento manual e ainda facilita o processo de recall de um alimento ou de um determinado lote, agilizando as atividades, além de evitar custos desnecessários.
Digitalização da cadeia: A modernização sempre será uma vantagem competitiva. As empresas abertas à inovação conquistam seu espaço e constroem uma boa reputação baseada na geração e uso de dados. Com as informações geradas pela cadeia de suprimentos, os produtores de alimentos podem gerenciar melhor a produção, sincronizando o processo de fábrica com quantidades, qualidades e tempo de colheita.
Confiabilidade: Disponibilizar a procedência do alimento para o consumidor e todos os processos que envolvem sua fabricação contribui para a melhorar a percepção da marca e fidelizar os clientes. Os consumidores confiam em organizações que passam credibilidade, e se identificam com elas.
Qualidade do produto: Rastrear o alimento não é interessante apenas para os consumidores, é uma forma da empresa assegurar a qualidade do alimento. Ela também pode utilizar os dados coletados no processo para gerar insights sobre as vendas e a adesão do produto. Se houve uma queda no consumo por conta de algum processo da fabricação, por exemplo, a liderança pode identificar onde está o problema e solucioná-lo o quanto antes.
Iniciativas socioambientais: A rastreabilidade ainda pode ser utilizada para assegurar a transparência das iniciativas de responsabilidade socioambiental e as medidas ESG da instituição, engajando produtores, distribuidores, varejistas e clientes a adotarem e apoiarem medidas mais sustentáveis.
Conectar todos os pontos da cadeia de suprimentos, do plantio até a mesa, requer uma plataforma digital para otimizar a troca de dados e a transparência da cadeia de suprimentos. Com essas informações, os produtores e distribuidores podem trabalhar de maneira mais eficiente, enquanto o centro da organização gerencia a cadeia de suprimentos, oferecendo transparência e segurança para os consumidores. Sua companhia está pronta para garantir a integridade dos produtos que chegam na mesa do consumidor?
(*) É Country Manager da Infor.