Lucia Camargo Nunes (*)
Vendas de carros sobem 19% sobre junho
Com o melhor julho desde 2020, a indústria automotiva colheu bons resultados após o desempenho acima da média de emplacamentos, ainda residuais dos descontos da MP 1.175 na primeira quinzena do mês.
Nos 15 dias posteriores, o efeito foi diluído, mas as vendas se mantiveram elevadas pela estratégia de várias marcas que bancaram a manutenção de descontos.
Os licenciamentos em julho somaram 225.600 autoveículos (leves e pesados), alta de 19% sobre junho e 24% sobre o mesmo mês de 2022.
Os estoques que em maio estavam em 250 mil unidades caíram a um patamar abaixo de 200 mil.
Após a paralisação de fábricas, com lay-off e férias coletivas, houve recuo de -3,3% na produção em julho em relação ao mês anterior, com 183 mil unidades.
No acumulado do ano, a produção de 1,315 milhão de unidades está praticamente igual ao mesmo período de 2022, com alta de 0,3%.
Já em vendas, foram 1,224 milhão de unidades, 11,3% a mais que no ano passado.
A Anfavea aponta um cenário mais favorável para a indústria nos próximos meses, baseada em tendências de queda no desemprego e nas taxas de juros, melhoria do rating Brasil, alta do PIB nacional e global e também no avanço de vendas de veículos leves em todo o mundo.
Concessionários buscam formas de manter mercado aquecido
A Fenabrave, que reúne os concessionários em todo o país, celebrou o bom resultado de julho. “O sucesso das MPs é inquestionável principalmente para veículos flex aspirados de entrada, que formaram a grande maioria das negociações, dando acesso a um consumidor que não alcançava um veículo 0 km. O desafio, a partir de agora, é encontrar formas para manter este mercado aquecido, e o crédito é um dos principais desafios”, analisou Andreta Jr, presidente da entidade.
O executivo defende, no entanto, que haja um plano permanente para sustentar a recuperação do setor automotivo. “Estamos finalizando um estudo e esperamos apresentá-lo ao governo em breve”, disse.
Confira os 10 modelos mais vendidos até julho
1º Fiat Strada | 60.933 |
2º Chevrolet Onix | 54.370 |
3º Volkswagen Polo | 54.193 |
4º Hyundai HB20 | 46.128 |
5º Chevrolet Onix Plus | 42.138 |
6º Volkswagen T-Cross | 40.587 |
7º Fiat Argo | 39.079 |
8º Fiat Mobi | 39.024 |
9º Hyundai Creta | 35.262 |
10º Jeep Compass | 35.056 |
Fonte: Fenabrave
Hyundai amplia oferta do HB20 com 4 novas versões
A Hyundai lança mais 4 versões para o HB20 produzido em Piracicaba (SP). A versão Sense Plus conta com maçanetas externas e retrovisores na cor do veículo, além de acabamento preto fosco nas molduras das portas e também na coluna B. Custa R$ 82.890.
A Limited Plus 1.0 MT traz painel de instrumentos digital, chave presencial, console central revestido em couro e maçanetas externas cromadas. O modelo que custa R$ 91.090 mantém itens de destaque da versão Limited.
A opção Comfort Plus TGDI AT, por R$ 105.590, oferece câmera de ré, acendimento automático dos faróis e volante com regulagem de altura e profundidade.
E a Platinum Safety TGDI AT adiciona pacote de segurança com frenagem automática, assistente de permanência e centralização em faixa, farol alto adaptativo e detector de fadiga por R$ 113.290. Outra novidade dessa versão são os bancos de couro na cor preta com acabamento perfurado.
Futuros Fiat e Jeep híbridos e elétrico chegam a partir de 2024
Antes de chegar a um modelo 100% elétrico, a Stellantis apresentou três plataformas que farão essa transição no país.
A Bio-Hybrid traz um novo dispositivo que substitui o alternador e o motor de partida, mais evoluído que os híbridos leves, porque entrega maior desempenho e economia de combustível. Dois modelos podem trazer essa tecnologia em 2024 e especula-se que sejam o Fiat Pulse e o Jeep Renegade.
A plataforma Bio-Hybrid e-DCT prevê dois pequenos motores elétricos que serão alimentados por bateria de 48 Volts. O sistema vai ser otimizado para atuar em modos térmico, elétrico ou híbrido. Deve estrear em 2025 com Fiat Fastback e Jeep Compass.
A plataforma Bio-Hybrid Plug-in tem bateria de lítio-íon de 380 Volts, recarregada por regeneração nas desacelerações, alimentada pelo motor térmico do veículo ou por uma tomada. O Jeep Commander pode ser o primeiro a receber essa plataforma no fim de 2025.
E uma quarta plataforma prevê um carro 100% elétrico para 2026, derivada de uma plataforma monobloco existente em um modelo a combustão.
(*) É economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: [email protected]