Bruno Montoro (*)
Todos nós já testemunhamos momentos em que o mundo inteiro parece girar sobre o eixo de uma única e engenhosa inovação, como por exemplo: a Amazon, sinalizando a mudança do tijolo e argamassa para o comércio eletrônico; o iPhone, trazendo o mundo online para nossas mãos e bolsos; e agora, o Chat GPT, falando conosco com uma inteligência que antes pensávamos ser somente de domínio humano.
Muito em breve, clientes e empresas no Brasil também vão perceber algumas mudanças empolgantes na forma como fazem negócios, como falam com as empresas e muito mais. Isso ocorre porque o Chat GPT está começando a deixar de ser uma novidade para se tornar uma ferramenta extremamente útil para empresas que buscam se conectar em um nível bem mais personalizado.
Depois de muitos meses de pesquisa e trabalho árduo, as empresas de comércio conversacional estão começando a oferecer criadores de bot com tecnologia Chat GPT nos idiomas português e espanhol para o mercado brasileiro e latino-americano. Isso significa que as empresas podem usar o mecanismo principal do Chat GPT sim, mas modificá-lo para atender às suas necessidades, seja com informações específicas do setor e da empresa ou com bancos de dados pré-existentes e perfis de clientes.
Ao ajustar a tecnologia Chat GPT existente e ‘treiná-la’ em conteúdo privado, em vez do ‘treinamento’ público que é dado atualmente aos milhões de usuários em todo o mundo, as empresas logo poderão ter seus próprios chatbots altamente inteligentes, capazes de entender intuitivamente as especificidades de seus clientes, negócios e produtos com inteligência, capacidade de resposta e confiabilidade imbatíveis.
Desta forma, posso adiantar que o Brasil e a América Latina são talvez os lugares mais empolgantes para o desenvolvimento do comércio conversacional, principalmente porque muitos dos negócios já são conversacionais por natureza.
Uma pesquisa recente da empresa Opinion Box mostrou que 99% dos usuários de celular no Brasil têm o WhatsApp instalado em seu smartphone, enquanto uma pesquisa global recente semelhante revelou que 83% dos consumidores dizem que comprariam produtos por meio de uma plataforma de mensagens – brasileiros sem dúvidas ficariam ainda mais entusiasmado com essa tendência.
Do Orkut ao Pix, passando pela rede social Koo, os brasileiros estão constantemente abertos a novas tecnologias inovadoras. Com a tecnologia do Chat GPT, não é diferente. O Brasil está entre os 10 principais países do mundo, em termos de tráfego da web para Chat GPT; e com 73 milhões de visitas até agora, ou 2,7% do total, liderando o continente latino-americano e responsável por 303 milhões de visitas ao Chat GPT, ou 10% do tráfego total da web.
O que o Chat GPT e sua customização significam para as empresas brasileiras é que operações complexas de bastidores, que normalmente levariam meses para serem organizadas e dimensionadas, agora levarão apenas alguns dias, é incrível. Essa tecnologia não só entregará valor mais rápido às empresas, mas também ao usuário final, que em breve verá melhorias em suas conversas com as empresas, que poderão responder e processar quaisquer perguntas, dúvidas, pedidos e reclamações 24 horas por dia. Isso com ainda mais habilidade e experiência do que o personal shopper mais atento e experiente.
Com a capacidade de adaptar o núcleo do Chat GPT a qualquer setor e empresa, os chatbots ajudarão a atender à demanda já visível por automação de linguagem natural, não apenas para atendimento ao cliente, mas também para marketing e vendas orientados para o comércio conversacional. Ele será capaz de fortalecer a proposta de valor das estratégias conversacionais para empresas de qualquer tamanho e oferecer uma verdadeira revolução mundial: o próximo passo do comércio eletrônico para uma realidade em que quase todas as transações começam com uma simples conversa.
(*) É chefe de negócios e vendas da Gupshup.io para a América Latina.
