A IDC Brasil publicou seu relatório IDC Brazil PCs Tracker Annual 2022, trazendo informações acerca das vendas dessas máquinas – os números não foram particularmente brilhantes.
Vivaldo José Breternitz (*)
Em 2022, o mercado de PCs comprou 2% menos máquinas que em 2021, gerando uma receita de R$ 33 bilhões, 10% menor que a de 2021. Foram comercializados aproximadamente 8,6 milhões de computadores, sendo cerca de 6,51 milhões de notebooks e 2,04 milhões de desktops, representando reduções de 7% e 20% respectivamente.
Foram vendidas também 38 mil workstations, máquinas que, apesar de parecidas com PCs, tem elevadíssimo desempenho e são projetadas para serem utilizadas em aplicações técnicas ou científicas; nesse segmento, houve uma alta de 59% nas vendas.
Segundo a IDC, esse movimento de queda deve-se ao baixo índice de confiança do consumidor frente a um cenário de incertezas nos aspectos macroeconômico e político.
No varejo, foram vendidas 4,4 milhões de máquinas em 2022, um resultado 13% menor do que em 2021. No mercado corporativo, as vendas chegaram a 4,15 milhões de unidades, um aumento de 15%.
Em termos de preços, em 2022 os desktops custaram, em média, R$ 3.394, e os notebooks R$ 3.946, valores 2% e 10% mais baixos do que em 2021 – isso talvez possa ser explicado pelas flutuações do dólar americano.
Para 2023, a IDC acredita em compras maiores das áreas governamentais, por estarem se iniciando os mandatos federais e estaduais. Já em termos de vendas para outros mercados, a empresa acredita que o ano será desafiador, face aos altos volumes dos estoques de máquinas e ao pessimismo que envolve a opinião pública, quer em termos de desempenho da economia, quer em termos do desempenho do governo federal, refletidos pelos ICI (Índice de Confiança da Indústria) e ICC (Índice de Confiança do Consumidor).
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.