Fabio Seidl (*)
Crescer – e se manter estabelecido – no mercado atual exige inteligência, independente do segmento de atuação das empresas.
Com a constante evolução da tecnologia e desenvolvimento das corporações, muitas empresas descobriram uma espécie de “ativo” que pode ser determinante na tomada de decisões: os dados. Informação é uma das moedas da Indústria 4.0 e, por isso, saber coletar, analisar e retirar insights de grandes bancos de dados pode ser a chave para o crescimento.
Por conta disso, a Cultura Data Driven – que engloba a Engenharia, a Análise e a Ciência de Dados – tem se tornado decisiva para muitas organizações. Data Driven é o termo que se usa quando uma empresa deixa de tomar decisões baseadas no “feeling” de profissionais – mesmo os mais experientes – e passa a reger o planejamento aliando essa experiência a ferramentas tecnológicas, como o Business Intelligence (BI) e o Data Science.
Porém, para que todo o investimento em inteligência de dados se torne eficiente, é preciso alterar o mindset da organização – e é por isso que se fala em Cultura Data Driven, pois é necessário mudar a cultura da empresa para deixar de depender apenas da experiência de profissionais sêniores e passar a entender a ciência de dados e a tecnologia como aliados.
É o que fazem atualmente grandes empresas de diversos segmentos, que investiram tanto na tecnologia a ponto de isso se tornar outra parte da organização, como o Magazine Luiza, que é uma tech que vende varejo, o Nubank, uma fintech que é um banco, e a Ambev, que tem um braço gigantesco de tecnologia, com a AmbevTech.
É preciso entender ainda todos os processos que envolvem a transformação de um grande volume de dados – algumas corporações chegam a trabalhar com muitos terabytes ou até mesmo petabytes de dados – em insights e, consequentemente, em ações. A Engenharia de Dados trata os dados e organiza as informações. Isso consiste em pegar as informações de diversas fontes de dados diferentes e padronizá-las de forma que elas possam se correlacionar.
Neste processo estão o entendimento das fontes, a coleta, organização, modelagem e enriquecimento dos dados. Na sequência, os dados seguem para a análise de Business Intelligence, que permite mostrar informações de forma dinâmica e por várias perspectivas. Por fim, o cientista de dados, munido de todas as informações já organizadas, desenvolve os modelos preditivos para simular situações ou prever acontecimentos com um certo grau de acurácia..
Mas como todo esse processo se transforma em estratégia para a empresa? É neste ponto que entra a mudança de cultura. Como todo este trabalho – e investimento – na inteligência de dados, é preciso acordar com o departamento de negócios que as decisões precisam levar em conta o que os dados estão apontando. Quando você tem toda essa estrutura por trás de uma informação, mas não gosta do que os dados mostram e toma uma decisão “de cabeça”, foge da proposta da Cultura Data Driven.
Sabe-se que, mesmo no estágio atual da transformação digital, ainda há pessoas e até mesmo organizações inteiras resistentes aos avanços da tecnologia, mas é preciso olhar quem já assumiu isso como um caminho a ser seguido e quem ainda prefere as coisas à moda antiga: ser Data Driven é uma mudança no processo, é essencial para quem quer crescer e ser competitivo e quem não se adequar ficará em desvantagem em relação aos seus concorrentes.
(*) – Engenheiro de Dados,especialista em Business Intelligence da Mouts TI.