Carlos Eduardo Santos (*)
Uma das maiores necessidades das empresas de varejo no que diz respeito ao controle de estoque é poder contar com a confiabilidade dos dados disponíveis – e a essa confiabilidade, essencial para a eficiência de toda operação, principalmente àquelas que contemplam lojas físicas e virtuais –, damos o nome de acurácia de estoque.
Para uma empresa ter acurácia de estoque é preciso inventários constantes e processos eficientes. Fazer inventários constantes custa caro, e eficiência nos processos exige menos erros por parte dos colaboradores. Ou seja, além de onerosa, a acurácia de estoque também depende do fator humano.
O varejo ainda está se recuperando dos efeitos da pandemia, logo a redução de custos tem sido a principal política adotada pelo setor. E uma das soluções mais eficazes para otimizar as operações de estoque com menor margem de erro e de custo é a automatização por RFID.
O RFID automatiza todo o processo de controle manual de inventário, reduzindo drasticamente os erros operacionais e gerando uma acurácia de estoque próxima de cem por cento. Deste modo, o varejista pode ter confiança em vender seus produtos tanto na operação física quanto no e-commerce.
Algumas das maiores redes de roupas e acessórios do país já vêm se beneficiando dessa tecnologia há algum tempo, e os resultados são bastante positivos. Recentemente, a Renner divulgou uma redução de 87% na ruptura de seus estoques, graças a uma solução RFID de ponta a ponta que também contempla caixas e antenas de segurança; a C&A implementou com sucesso o RFID em mais de 200 lojas; e a Zara é uma das pioneiras globais na adoção de etiquetas de identificação por radiofrequência.
Além de conferir confiabilidade aos estoques, o RFID também otimiza a operação de caixa e auxilia na prevenção de furtos, reduzindo custos e perdas e aumentando a margem de lucro. Toda essa gama de benefícios, naturalmente, atrai a atenção também dos médios e pequenos varejistas.
Para os próximos anos, a tendência é que o RFID seja adotado por grandes franquias, lojas satélites de shopping centers e magazines regionais. Também já existem soluções customizadas para o pequeno varejo, porém trata-se de um segmento em que a maioria das empresas ainda enfrenta problemas em alguns processos, principalmente da ordem de gestão, e não têm a maturidade necessária para incorporar o RFID às suas operações.
(*) É diretor de Novos Negócios da Sensormatic Solutions.