A corrida da inteligência artificial está em pleno andamento, com grandes empresas de tecnologia competindo pelo primeiro lugar, e essa pode ser uma corrida do tipo “winner-take-all”, ou “o vencedor ganha tudo”.
Vivaldo José Breternitz (*)
Empresas como o Google estão com os nervos à flor da pele, pois têm muito em jogo nesta corrida, especialmente contratos de bilhões de dólares.
Essa tensão tem sido fomentada por movimentos como o feito recentemente pela Samsung, cujos smartphones tem o Google como mecanismo de pesquisa padrão e que está considerando substitui-lo pelo Microsoft Bing, como disse o New York Times.
O Bing, que atualmente tem uma participação pouco relevante no mercado de mecanismos de busca, vem ganhando popularidade por ter a Microsoft incorporado a ele ferramentas de inteligência artificial, aumentando sua eficiência.
A ameaça do Bing tomar o lugar do Google nos smartphones Samsung causou “pânico” no Google, segundo o New York Times. Os contratos do Google com a Samsung geram uma receita anual de aproximadamente US$ 3 bilhões; a empresa ainda tem chance de manter sua presença nos dispositivos Samsung, mas precisa agir rapidamente.
Nesse sentido, o Google está correndo para construir um novo mecanismo de pesquisa alimentado por inteligência artificial, ao mesmo tempo em que busca incorporar recursos desse tipo em seu mecanismo de pesquisa atual.
Esses trabalhos estão sendo desenvolvidos no âmbito de um projeto chamado Magi e visam otimizar e personalizar a experiência do usuário; no momento, o Google tem cerca de 160 pessoas trabalhando nesse projeto, em tempo integral.
Ainda segundo o NYT, em um primeiro momento esses recursos estarão disponíveis exclusivamente para um milhão de usuários nos Estados Unidos, podendo chegar a 30 milhões até o final do ano e expandindo-se posteriormente.
Mas como a pressa é inimiga da perfeição, o Google precisa tomar cuidado para que com o Magi não aconteça o mesmo que aconteceu há algumas semanas quando lançou seu chatbot, o Google Bard: foi um lançamento pífio, de acordo com o próprio CEO do Google, Sundar Pichai.
Certamente esse mercado viverá grandes emoções nos próximos tempos.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
