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Nem só de equity vive o crowdfunding de investimentos

em Destaques
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A captação de investidores é, geralmente, uma meta muito importante para toda startup. É por meio desses aportes que a empresa poderá desenvolver os seus negócios, ganhar valor de mercado e atingir seus objetivos.

Existem diferentes modelos de contrapartida para quem decide investir em startups, sejam eles papéis de participação acionária, ou de dívida, negociados dentro de um ambiente controlado, seguro e justo.

Para entender um pouco sobre os contratos e acordos pré-estabelecidos entre empresas e investidores, Diego Perez, CEO da SMU Investimentos, primeira fintech de crowdfunding de investimentos do Brasil, elencou os mais utilizados. Confira:

. Mútuo conversível – É o mais usado no mercado. Um contrato de mútuo conversível em participação societária funciona como um empréstimo: o investidor empresta uma determinada quantia para a empresa, sabendo que posteriormente o valor emprestado poderá ser convertido em cotas ou ações, se tornando então sócio da Startup.

Caso contrário, se não ocorrer a conversão do mútuo, o investidor perde a quantia investida. Há casos específicos em que a Startup poderá devolver o empréstimo com juros. Esse tipo de contrato garante segurança ao investidor, por não lhe dar responsabilidade societária no início das operações e, por isso, é bastante utilizado por investidores anjo.

. SAFE – Em 2016, a Y Combinator, uma das principais aceleradoras do Estados Unidos, disponibilizou gratuitamente em seu site uma série de modelos de contratos para investimentos seed (ou semente) em startups nos EUA. Esses modelos foram batizados de SAFE, sigla para Simple Agreement for Future Equity.

Esses documentos trazem algumas das melhores práticas utilizadas no país e, aqui no Brasil, também são usadas como referência, adaptadas à regulamentação local, usadas em investimentos considerados rodadas não-precificadas e usadas por investidores Anjos e fundos early/seed stage.

Uma de suas principais vantagens dos modelos é como eles resolvem a dificuldade de se calcular o valuation de uma startup no estágio inicial. O valuation será calculado em rodadas futuras, quando a empresa estiver mais madura, e o investidor garante desde o começo um bom desconto ou vantagem, independente do valuation futuro. Para entender melhor, o SAFE é semelhante a um modelo de opção de investimento.

. Debêntures – Uma debênture nada mais é do que um título de dívida emitido por empresas que oferecem direito de crédito ao investidor. Funciona como um empréstimo feito para que as companhias consigam ter mais uma alternativa à captação de recursos financeiros e acesso a crédito.

Os contratos de compra de debêntures geralmente têm certas condições, como prazo, pagamento e também a possibilidade de quebra contratual. Caso o investidor perceba que a companhia não terá como devolver o dinheiro da debênture, por exemplo, e ele possa quebrar o contrato em razão disso, a empresa deve ressarcir o dinheiro da compra.

. Memorando de Emissão de ações – Ações são valores mobiliários emitidos por sociedades anônimas, representando uma parcela de seu capital social. Quem compra uma ou mais ações vira acionista e tem status de sócio da companhia.

Todas as sociedades anônimas têm o capital dividido em ações, mas somente as empresas de capital aberto com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) poderão ter suas parcelas negociadas publicamente. O Certificado de Ações é um documento no qual deve constar o número de ações vendidas, quem é o acionista e se o investimento é feito de forma individual ou coletiva.

. Sindicato de investimento – Os sindicatos de investimento funcionam da seguinte forma: um grupo tem como objetivo comum investir em uma determinada empresa, compartilhando os mesmos riscos, as mesmas oportunidades e os mesmos benefícios.

Esse grupo é representado por um investidor líder, que deve ser uma pessoa física ou jurídica com comprovada experiência na liderança de rodadas de investimento e autorizada a liderar um sindicato de investimento participativo por instituições financeiras e demais entidades do Sistema Financeiro Nacional.

. Sociedade em conta de participação – Uma sociedade em conta de participação permite que investidores anjo façam aportes em startups e pequenos negócios sem se responsabilizar por questões administrativas.

Desse tipo de investimento fazem parte duas figuras importantes: o investidor que é chamado de “sócio participante” da empresa — aquele que injeta o capital, mas que não tem que arcar com obrigações operacionais ou aparições públicas — e o “sócio ostensivo”, para o qual cabe atuar e tocar o negócio, bem como assumir todas as responsabilidades civis, tributárias e outras. – Fonte e outras observações, acesse: (https://smu.com.vc).