A arte de contar histórias (storytelling) faz parte da evolução da humanidade e há tempos vem sendo utilizada para conquistar e reter clientes por meio de enredos elaborados e narrativas envolventes.
No Direito, a argumentação analítica baseada em representações visuais de diferentes dados (visual law) facilita a comunicação e fornece insights relevantes para a condução dos processos. De acordo com Vanessa Louzada, CEO da Deep Legal, lawtech especializada em inteligência de dados e gestão preditiva, o storytelling com dados auxilia os profissionais em seus relatórios, a partir de uma demonstração visual proativa, em reuniões de trabalho, palestras e outros canais de interação.
“O storytelling contribui muito para o dia a dia do jurídico, pois a partir da compreensão dos dados é possível contextualizar o enredo, analisar as possibilidades e apresentar soluções que atendam às necessidades dos clientes”, destaca. Entre as possibilidades, os dados para a construção da narrativa podem ser extraídos de gráficos, tabelas, mapas mentais e organogramas.
Vanessa Louzada explica que muitas soluções tecnológicas são aliadas neste processo, transformando as informações jurídicas em representações visuais. “A argumentação analítica baseada nesses dados facilita a legibilidade e gera o engajamento da equipe na busca de soluções. Por isso, a história deve ser estruturada de modo estratégico, apontando os pontos que precisam de melhoria e quais os principais caminhos a serem seguidos”.
Vanessa lembra que um bom storytelling de dados deve ser convincente, trazer credibilidade e criar uma conexão emocional com o ouvinte. Ela destaca alguns passos a serem seguidos:
Início: Começar uma história requer uma boa contextualização, por isso é importante destacar os big numbers relacionados à demanda do cliente, para gerar uma consciência do cenário atual.
Meio: Contra dados não há argumentos, então é importante deixar claro os prós e contras das informações extraídas, demonstrando os erros e acertos e de que forma os dados podem resolver as dores do cliente.
Fim: Por fim, utilize os dados para identificar insights ocultos e prever possibilidades, apresentando soluções para diferentes cenários futuros.
De acordo com Vanessa, em todas as etapas é importante manter o foco nas informações que realmente são relevantes e eliminar os dados não essenciais, mantendo assim a atenção na resolução do problema. “É importante lembrar que a história deve responder às principais perguntas e sempre passar pelo conhecimento do negócio de seu cliente”.
Além de auxiliar na prospecção e retenção de clientes, o storytelling também pode ser aplicado na prática jurídica, ao fazer uma petição ou uma sustentação oral, por exemplo.
“Apesar de a narrativa ser uma das essências do Direito, nem sempre é uma preocupação no dia a dia dos profissionais. O uso de storytelling melhora as habilidades de comunicação e análise, convertendo informações em soluções, que são absorvidas por muito mais pessoas no dia a dia da empresa”, afirma Vanessa – Fonte e mais informações: (https://www.deeplegal.com.br/).