Ramon Batistella (*)
O fenômeno da digitalização dos processos já é uma realidade irrefutável no cenário empresarial, mas também apresenta novas complicações.
Quando produtos, serviços ou sistemas que contêm um computador ou podem ser conectados à internet – algo extremamente comum nos dias de hoje, sobretudo com os avanços da IoT (Internet das Coisas) – cruzam fronteiras, surgem riscos de segurança cibernética. As crescentes preocupações com a proteção de dados são legítimas à medida que os ataques maliciosos se tornam cada vez mais frequentes e sofisticados.
Nesse contexto, a cibersegurança tem ganhado mais importância, uma vez que as empresas armazenam e dependem de muitos dados valiosos. Insights de negócios, dados financeiros e os dados sobre seus clientes e funcionários, por exemplo, são informações sensíveis que devem ser preservadas ao máximo. E no cenário do Comércio Exterior, a necessidade de proteção quanto às ameaças cibernéticas se torna real e urgente para garantir a segurança e a eficiência das operações.
. Ameaças cibernéticas ficam mais sofisticadas com o tempo – Um levantamento realizado pelo laboratório de inteligência e ameaças FortiGuard Labs deu conta de que o Brasil registrou mais de 31,5 bilhões de tentativas de ataques maliciosos a empresas – uma alta de 94% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esses números nos colocam na segunda posição do ranking de países com mais ataques cibernéticos em 2022. Porém, não é apenas a quantidade que gera preocupações.
Na verdade, as ameaças cibernéticas estão cada vez mais sofisticadas, e os hackers continuam a expandir suas habilidades e tirar vantagem de negócios desprotegidos. Por isso, o investimento em cibersegurança é tão necessário em organizações de todos os segmentos.
. A influência na cadeia de suprimentos global – As organizações que lidam com o Comércio Exterior precisam gerenciar cuidadosamente seus riscos de segurança cibernética para proteger suas cadeias de suprimentos físicas e digitais. Isso definitivamente afetará as decisões sobre a seleção de fornecedores e mercados, incluindo onde comprar bens e serviços e em quais países fazer negócios.
Nesse cenário de crescimento das ameaças no ambiente virtual, é importante que as empresas que lidam com processos deste setor considerem o impacto dos riscos de segurança cibernética em suas cadeias de suprimentos como um aspecto importante de sua estratégia de negócios. Dessa forma, essas influências trabalharão juntas para remodelar a cadeia de suprimentos global.
. Cibersegurança e o Comércio Exterior – Uma falha de segurança, na qual os dados do cliente são vazados, pode levar a prejuízos financeiros, perda de fidelidade do cliente, além de malefícios para a confiança e reputação da empresa.
Logo, as organizações que atuam no Comércio Exterior precisam estar bem equipadas com tecnologia de segurança, políticas de gerenciamento de riscos e segurança cibernética – fatores cruciais para manter os dados protegidos. Mitigar esses riscos precisa fazer parte da estratégia de digitalização de todas as empresas transnacionais.
Concluindo, destaco que a cibersegurança é um tema que ainda será muito debatido no setor. As empresas que desejam se projetar com alto nível de competitividade no mercado precisam se preparar desde agora para o futuro, que definitivamente será de ainda mais presença digital.
A tecnologia deve ter um papel cada vez mais importante no Comércio Exterior e isso inclui a questão da segurança cibernética. Mais do que nunca, proteger de forma eficiente os dados é uma condição essencial para a sobrevivência dos negócios.
(*) – É Head de Arquitetura e Pré-Vendas na eCOMEX NSI (www.ecomex.com.br).