A Intel é a segunda maior fabricante de chips do mundo e tem um longo histórico de pioneirismo nessa área.
Vivaldo José Breternitz (*)
Agora, acaba de revelar uma série de inovações que podem resultar em chips dez vezes mais poderosos que os atualmente disponíveis, podendo, até 2030, estarem disponíveis chips com mais de um trilhão de transistores, mostrando ainda ser válida a Lei de Moore.
A Lei de Moore, que foi enunciada em 1965 pelo cofundador da Intel e antigo CEO da empresa, Gordon Moore, afirma que o número de transistores que podem ser colocados em um chip dobra a cada dois anos em função de avanços tecnológicos. Por essa razão, a velocidade e a capacidade dos computadores equipados com esses chips aumentam a cada dois anos, com os seus custos permanecendo estáveis ou caindo.
Durante décadas ficou claro que a Lei de Moore fazia sentido, mas nos últimos anos alguns fabricantes de chips vinham dizendo que não era possível fazer com que os chips continuassem a ser desenvolvidos nesse ritmo; no início deste ano, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, tornou-se o último de uma longa lista de executivos e pesquisadores da área a dizer que a Lei de Moore está morta.
A Intel parece não acreditar nisso, o que fica claro em função das inovações que anunciou nesse último 4 de dezembro, no IEEE International Electron Devices Meeting 2022. E são essas inovações, nas áreas de processos, materiais e tecnologias, que poderão permitir que a empresa chegue em 2030 a colocar um trilhão de transistores em um único chip.
Gary Patton, executivo da Intel reiterou que 75 anos após a invenção do transistor, a Lei de Moore continua válida e que a empresa segue trabalhando para poder atender à demanda insaciável por captura, processamento e armazenamento de dados.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.