A última sexta-feira deste mês é uma das datas mais aguardadas do calendário brasileiro por causa das grandes promoções. Embora a Black Friday seja somente no dia 25, muitas lojas costumam adiantar ou estender o período de ofertas para faturar mais. Os produtos mais populares são as roupas, os eletrônicos e os eletrodomésticos, mas engana-se quem pensa que só eles são procurados.
Os livros são itens que muita gente deixa na “lista de desejos” até a chegada da Black Friday. Para este ano, a expectativa é um crescimento de 15% a 20% nas vendas do setor, de acordo com o diretor da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Nivaldo Madureira.
Os leitores são um tipo de consumidor que costuma se preparar com antecedência. É o caso da professora e bookstagram Natália Góis, de Sorocaba, que mantém um perfil nas redes sociais exclusivo para indicar livros, fazer resenhas e dar dicas de leituras. Ela conta que monitora os preços dos exemplares dois meses antes da compra.
“Eu faço uma lista dos títulos que pretendo comprar e acompanho o preço desde setembro. Na Black Friday de 2021, eu comprei vários e neste ano quero 6 livros da minha wishlist. Pretendo gastar R$ 200”, afirma. Quem também faz pesquisa de preços para garantir os melhores descontos é o estudante de jornalismo Éliton Lucas, de Sorocaba.
O jovem participou de um evento do setor editorial realizado em julho para ficar por dentro das novidades, mas aguarda a Black Friday para fazer as compras literárias. “Visitei a Bienal em São Paulo e aproveitei para criar uma lista com todos os títulos que desejo ler. Eu também marquei os valores para conferir se os livros estarão com descontos reais na Black Friday”, conta Éliton, que pretende gastar até R$ 150 com os exemplares.
No ano passado, as ações promocionais de varejistas durante a Black Friday foram decisivas para elevar ainda mais os números de livros vendidos em 2021 e o faturamento do setor, segundo uma pesquisa feita pela Nielsen BookScan e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Entre os dias 8 de novembro e 5 de dezembro de 2021, o volume de livros vendidos chegou a 5,7 milhões, um aumento de 30,5% em relação ao mesmo período de 2020. A movimentação foi de R$ 216,8 milhões.
Para Nivaldo, as lojas que se planejaram para a data reforçaram os estoques, comprando os produtos com até quatro meses de antecedência para oferecer promoções atrativas ao consumidor. Segundo ele, na livraria da Pedagógica, os mais procurados são os livros de romance, de autoajuda e os infantis e esse setor da loja deve ficar mais movimentado da Black Friday até a volta às aulas.
“Por 15 anos, os livros foram a atividade principal do negócio. Hoje a Pedagógica diversificou bastante seu portfólio, mas nunca deixou de atualizar sua seção literária. Por isso, estamos fazendo investimentos em logística e também na operação que atende a loja online, já pensando na maior procura por esses produtos daqui até o início do ano. Só para a Black Friday, a expectativa é um aumento de 15% a 20% nas vendas de livros”, conta Nivaldo. – Fonte e mais informações: (https://www.anl.org.br).