O Open Logistics ainda é um conceito pouco conhecido, mas vem ganhando força na rotina de quem trabalha no setor, pois traz a ideia de gerar informações distribuídas de uma forma mais simples e assertiva. Podemos pensar que, da mesma forma que o Open Banking surgiu para revolucionar o sistema financeiro, o Open Logistics aparece como a inovação do setor de logística, viabilizando a verdadeira digitalização no segmento.
Ao pensar em processos logísticos, é comum associarmos trabalhos com rotinas analógicas, remetendo a um armazém gerido de forma manual e com pouca ou nenhuma tecnologia. Mas, com o passar dos anos, foi possível acompanhar o quanto esse setor tem se transformado com o objetivo de alcançar melhores resultados e garantir mais produtividade.
Isso aconteceu, sobretudo, porque a aceleração da globalização e a mudança do comportamento dos clientes, que passaram demandar mais agilidade na entrega de seus produtos, motivaram a atualização tecnológica do setor.
Neste contexto, o Open Logistics surge para facilitar a comunicação entre sistemas ou etapas nas quais passam os produtos – desde a fabricação até o momento da chegada ao consumidor final, processo que não poderia acontecer com os sistemas mais antigos, já que eles eram operados via arquivo.
Com essa tendência, as operações logísticas podem ser totalmente orquestradas e digitalizadas, pois é possível integrar e centralizar as informações por meio das APIs (do inglês, Interface de Programação de Aplicação). Essas ferramentas garantem a conexão direta entre todos os envolvidos na cadeia logística, reinventando os processos e garantindo a escalabilidade dentro das rotinas operacionais.
O Open Logistics já é uma realidade em grandes empresas de tecnologia, que buscam manter o cliente sempre atualizado com relação ao seu pedido e ter uma operação mais transparente. É o caso da parceria entre a Amazon e a Loggi, em que o consumidor é informado sobre a compra desde o momento em que o pedido foi efetuado até o momento do recebimento do item. Além disso, a Tesla, montadora de carros inteligentes, é inovadora ao informar todos os processos sobre o automóvel, podendo acompanhar o status da produção, testes e transporte do veículo adquirido.
O Open Logistics não é o futuro, é o presente. Os ganhos dessa tendência vão desde as informações cada vez mais rápidas e assertivas até ao aumento no nível do serviço que está sendo prestado, o que também proporciona mais satisfação do cliente. É hora de transformar a realidade operacional logística com transparência de informação e colaboração!
(Fabrício Santos é diretor da onBlox, empresa do Grupo Máxima que desenvolve softwares logísticos comercializados em módulos para a cadeia de abastecimento).